Aleluia vê 'sabedoria' em TBT de Otto com Lula e ACM

Em entrevista ao Linha de Frente, da rádio Antena 1, Aleluia vê “sabedoria” em TBT de Otto com Lula e ACM Neto. Na foto publicada na última semana pelo senador Otto Alencar (PSD) aparece o presidente Lula e ACM, nas vias de organizar um acordo emblemático para as eleições. Para Aleluia, o gesto do senador é carregado de cálculo político. “Sabedoria”, definiu.

Ao ser questionado “em que sentido”, Aleluia explicou:

“Ele está dizendo: não me critique por estar com Lula, porque quem me apresentou Lula e me fez gostar de Lula foi ACM. O Antônio Carlos deixou a família dele — usando uma linguagem mais popular — morar com o inimigo. Foi Antônio Carlos que fez esse grupo todo apoiar Lula. Eu não. Eu fiquei com Serra.”

Aleluia vê “sabedoria” em TBT de Otto com Lula e ACM 

A publicação do TBT ocorre em um momento de indefinição na formação da chapa majoritária do grupo governista para 2026. Circula nos bastidores que as vagas ao Senado podem ser ocupadas por Jaques Wagner e Rui Costa — ambos do PT.

Se esse desenho se confirmar, o PSD de Otto Alencar, hoje peça-chave na base aliada, ficaria sem espaço na chapa para a corrida ao Senado no próximo ano.

Com isso, o gesto do senador ao relembrar a foto histórica — unindo Lula e ACM Neto — foi interpretado por Aleluia como um recado político com múltiplas camadas: defesa de sua biografia, contextualização das alianças e um sinal de que o PSD não aceita ser tratado como coadjuvante no tabuleiro eleitoral.

Foto do #TBT gerou acordo nas eleições de 2002

A foto remete a um acordo das eleições de 2002. Aleluia relembrou o momento, segundo ele, o cacique baiano enxergou que Lula crescia e poderia ameaçar a candidatura de Paulo Souto na Bahia. Para evitar prejuízo local, ACM teria negociado para que Lula parasse de apoiar Jaques Wagner no estado.

“Lula abandonou Wagner e essa foto é do segundo turno, quando o Lula disputava com Serra. Antônio Carlos trouxe Lula aqui e deu apoio. Ele esperava participar do governo de Lula, mas Lula prestigiou o amigo que tinha abandonado: Wagner. Levou Wagner como ministro, fez Wagner governador quatro anos depois… e aquilo virou quase 20 anos de consequência.”

Na avaliação de Aleluia, aquela articulação foi “a maior derrota pessoal e política que ACM já teve”, porque garantiu o mandato, mas resultou na perda do poder estratégico na Bahia — abrindo caminho para a hegemonia petista que se consolidaria por duas décadas.

Nas eleições de 2026, Aleluia é pré-candidato

O ex-deputado federal José Carlos Aleluia, pré-candidato ao governo da Bahia pelo partido Novo, reforçou em entrevista ao Aratu On que não pretende abrir mão de sua candidatura em 2026 para apoiar outros nomes da oposição. Ele destacou que a legenda está alinhada com sua decisão e que o diretório nacional também referendou a iniciativa.

Aleluia exerceu mandato na Câmara dos Deputados em dois períodos distintos (1991 a 2011 e 2015 a 2018). Assim como ele, João Roma (PL) e ACM Neto (União Brasil) aparecem como representantes do campo da direita para a disputa estadual. Em 2022, Roma, então candidato ao governo e presidente do PL baiano, alcançou cerca de 9% dos votos no primeiro turno, enquanto o ex-prefeito de Salvador registrou 40,8%.

No a corrida eleitoral, aparecem depois de ACM Neto e Jerônimo Rodrigues: João Roma (PL) 4%, Kleber Rosa (PSOL) 2%, José Aleluia (Novo) 1%, Indecisos 4%, Brancos e Nulos ou Não vão votar 14%.

Enquanto isso, outros nomes da oposição começam a articular aliança. Pré-candidatos ao governo da Bahia em 2026 e que nos últimos anos estiveram em campos políticos opostos, ACM Neto (UB) e João Roma (PL) voltaram a dividir o mesmo espaço público.