Movimento em ascensão, veganismo tem espaço em Salvador; veja lista de locais veganos
Movimento em ascensão, veganismo tem espaço em Salvador; veja lista de locais veganos
Nesta quinta-feira, 1º de novembro, é celebrado o Dia Mundial do Veganismo. Talvez você que nunca tenha ouvido falar no assunto atribua a palavra à alimentação saudável ou, ainda, pense que seja uma derivação do vegetarianismo. Contudo, o significado contempla muito mais que hábitos alimentares – é um modo de vida.
De acordo com a mais antiga entidade vegana do mundo – fundada no em novembro de 1944 por Donald Watson, Elsie ‘Sally’ Shrigley e outras 23 pessoas -, The Vegan Society, “o veganismo é uma forma de viver que busca excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de crueldade contra animais”.
Os que aderem ao modo de vida têm em comum é “uma dieta baseada em vegetais, livre de todos os alimentos de origem animal, como: carne, laticínios, ovos e mel, bem como produtos como o couro e qualquer produto testado em animais”. Você pode não conhecer, mas em Salvador existem pessoas que adotam esse estilo de vida.
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Foi justamente após ver um vídeo mostrando maus-tratos a animais que serviriam para o consumo humano, há 17 anos, que o soteropolitano Paulo Victor Pinheiro, atualmente com 32, decidiu virar vegano. Ele considera, inclusive, que seu processo de transição foi “tranquilo”. “É uma alimentação bem simples, à base de vegetais, grãos… Nada muito fora do comum”, conta Paulo, em conversa com o Aratu Online.’
Hoje o bodybuilder e empresário – ele é dono do Veganza, loja e restaurante especializado em produtos veganos situado na Pituba, em Salvador -, Paulo também desmitifica a inacessibilidade aos itens. “Muito pelo contrário: é mais barato e mais acessível. O que tem de caro, normalmente, são produtos mais processados que tentam imitar carne, queijo e ovos, por exemplo, cujo tratamento é mais ‘robusto’, passando por pesquisa e aprimoramento. É isso que eleva o valor, e não o fato de ser vegano”, explica.
O empresário abriu uma franquia autônoma no final de 2016, após sair do antigo trabalho em uma estatal e ver a possibilidade de investir em uma área na qual tinha afinidade. Nesses quase dois anos, tem percebido um maior interesse pelo tema. “Em relação a outras regiões do país, o veganismo ainda é bem embrionário no Nordeste, mas as pessoas têm procurado saber sobre, assim como os profissionais de saúde também estão se atualizando”, ressalta Pinheiro. “É um movimento ascendente”, destaca.
NUTRIÇÃO
A nutricionista Larissa Lago concorda com Paulo em relação à busca por conhecimento, por parte dos profissionais, e acredita que a chave para o sucesso, em qualquer estilo de vida, é o equilíbrio.
“Se a pessoa vive com um padrão alimentar equilibrado e tem costume de comer uma diversidade de alimentos nutritivos, não vai fazer muita diferença ao tirar as fontes animais e equilibrar com outras fontes”, explica. “Mas se ela tem um padrão de consumo de alimentos industrializados e refinados, por exemplo, e daí ‘restringe’ mais com o início da dieta vegana, vai ter que suplementar muita coisa”, continua.
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Também nutricionista, especialista em dietas vegetarianas e veganas, Alessandra Ferreira reforça que houve muito avanço científico na área. “O Conselho de Nutrição Região 3 (CRN 3- SP e MS), emitiu, em 2015, um parecer técnico, assegurando confiança nos estudos científicos, esclarecimento aos profissionais nutricionistas e consequentemente o apoio aos que manifestam seguir o veganismo”.
“Não existe contraindicação ou qualquer prejuízo à saúde. O que precisamos muito, assim como as pessoas que consomem proteína animal, é monitorar a vitamina B12 (que não está presente em alimentos vegetais), e, se necessário, suplementar. Ademais, seguir, sempre que possível, uma alimentação livre de agrotóxicos, dando preferência aos orgânicos e os não transgênicos, uma medida preventiva contra diversos tipos de doenças, como o câncer”, completa Alessandra.
Por fim, ambas as nutricionistas alertam que, independente da dieta, o acompanhamento de um profissional é sempre necessário.
TRANSIÇÃO
Assim como Paulo, citado no início da matéria, a estudante de nutrição Franciele Portilho, 35 anos, começou a transição para o veganismo após assistir a alguns vídeos e documentários sobre o tema. Um, especificamente, sobre o processo do leite, mexeu bastante com a mineira que vive na capital baiana há quase sete anos. “Quando o bezerro nasce, retiram-no logo da mãe e ela corre desesperada atrás do filhote. Consigo ouvir o grito do animal até hoje”, lembra.
“Minha transição não foi dolorosa porque abracei muito a causa”, conta Franciele, que desde março deste ano se considera “100% vegana”. “O leite já havia excluído da dieta desde 2016, mas o queijo foi bem difícil”.
Ela lamenta ter passado tanto tempo sem acesso a essas informações, mas, ao mesmo tempo, feliz de ter conseguido mudar hábitos. “Você compra um produto e não sabe sua origem, se vai poluir, se fez mal a algum animal. Abri meus olhos para coisas que antes não dava tanta importância”, afirma.
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Para a mineira, veganismo é sinônimo de ativismo. “Hoje me importo mais com o meio ambiente, com todos os animais, com as pessoas que fabricam roupas, com o trabalho escravo, com o lixo que estou produzindo e com o que estou consumindo. Por isso, tento passar um pouco do que venho aprendendo às pessoas mais próximas, a exemplo do meu marido, que está mudando aos poucos”.
Uma outra expectativa na vida da estudante é que, daqui a algum tempo, sua cadela de estimação, Paçoca, também passe a ingerir ração vegana – o que já existe no mercado -, com o acompanhamento de um veterinário, claro.
Uma crença da nutricionista Alessandra Ferreira é que o veganismo seja o modo de vida do futuro, “pois poderá beneficiar o planeta (através da redução dos impactos ambientais que são gerados no manejo e abate), os animais e à saúde humana”.
SELO VEGANO
Os produtos do segmento contam com selos que garantem a não realização de testes em animais e/ou livres de ingredientes de origem animal. O Selo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) é dado aos produtos que se encaixam nesses critérios, assim como o Certificado Vegano da Organização Veganismo Brasil, destinado a ações de divulgação do movimento no território nacional, e o selo vegano original internacional The Vegan Society Trademark, que também atendem aos mesmos requisitos e têm rígido controle de qualidade.
Veja abaixo:
Além desses, há também os que significam que o produto em questão não foi testado em animais. São os chamados cruelty free (“livre de crueldade”, em inglês). Porém, é preciso atenção, pois eles não atestam que o produto é vegano.
EM TEMPO
Na última terça-feira, 30 de outubro, foi publicada no Diário Oficial da União uma resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária que define e caracteriza o que é considerado crueldade, abuso e maus-tratos contra animais vertebrados. A publicação dispõe ainda sobre a conduta de médicos veterinários e zootecnistas diante da constatação desse tipo de caso.
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O texto define como maus-tratos atos e omissões que provoquem dor ou sofrimento desnecessários aos animais. Já crueldade se refere a submeter o animal a maus-tratos de forma intencional e/ou continuada. Por fim, abuso diz respeito a qualquer ato intencional que implique o uso despropositado, indevido, excessivo, demasiado e incorreto de animais, causando prejuízos de ordem física ou psicológica, incluindo atos caracterizados como abuso sexual.
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SERVIÇO:
Confira, abaixo, alguns estabelecimentos em Salvador onde é possível encontrar alimentos e demais produtos veganos:
100% vegano
Veganza Salvador
Endereço: Rua das Hortênsias, 988-A, Pituba
Telefone: (71) 98184-1551 (WhatsApp)
Funcionamento: domingo a quarta-feira, das 9h às 21h; quinta a sábado, das 9h às 23h
Instagram: @veganzasalvador
Rango Vegan
Endereço: R. do Passo, 62, Santo Antonio Além do Carmo
Telefone: (71) 3488- 2756 e 98601-9673
Instagram: @rangovegan.ssa
B-Vegan
Endereço: Rua Dias D’Ávila, 101, Barra
Telefone: (71) 3022-2450
Funcionamento: terça a domingo, das 16h às 22h
Instagram: @bvegan.gastronomia
Vegalize
Endereço: R. Basílio da Gama, 65, Canela
Telefone: (71) 99999-5063
Funcionamento: segunda a sexta, das 11h30 às 15h; sábado, das 12 às 15h
Instagram: @vega.lize
Oferecem opções veganas
Ramma Cozinha Natural
Endereço: R. Lord Cochrane, 76 – Barra
Telefone: (71) 3264-0044
Funcionamento: das 11h30 às 15h30 (todos os dias)
Instagram: @rammacozinhanatural
Alimentos da Vila
Endereço: Rua das Hortênsias, Pituba
Funcionamento: De segunda a quinta, das 11h às 21h; sexta e sábado, das 11h às 22h; domingo, das 9h às 21h
Instagram: @alimentosdavila
Puro Healthy Food
Endereço: Rua das Hortênsias, 522 – Praça Ana Lúcia Magalhães – Pituba
Telefone: (71) 3015-0579
Funcionamento: de terça a domingo, das 11h às 21h
Instagram: @purosaudável
Cazolla
Endereço: Av. Paulo VI, 1816 – Pituba; e Shopping Paralela
Instagram: @vempracazolla
Adam Cozinha Originária
Endereço: Rua Edith Mendes da Gama e Abreu, 189 – Itaigara
Telefone: (71) 3506-3191
Funcionamento: terça a sábado, das 12h às 15h e 17h às 23h; domingo, das 12h às 15h e 17h às 22h30h
Instagram: @adamrestaurante
Shanti Restaurante
Endereço: R. João Gomes, 10 – Rio Vermelho, Salvador
Telefone: (71) 3011-2646
Funcionamento: terça a domingo, das 12h às 16h
Instagram: @shantirestaurante
Saúde na Panela
Endereço: Rua das Hortênsias, 752 – Pituba, Salvador
Telefone: (71) 3353-6788
Funcionamento: de segunda a sexta, das 11h30 às 15h e das 17h30 às 2oh30; sábado e domingo, das 11h30 às 15h
Instagram: @saudepanela
Madero
Endereço: unidades nos shoppings Barra e Salvador
Telefone: (71) 3043-2736 (Barra); (71) 3017-6322 (Salvador Shopping)
Funcionamento: Barra (clique aqui) e Salvador (clique aqui)
Instagram: @maderobrasil
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Você pode encontrar mais informações sobre o veganismo nos sites:
Filmes indicados pelo “Seja Vegano” sobre o tema:
- Terráqueos;
- A Carne é Fraca;
- Cowspiracy (disponível na Netflix);
- What The Health (disponível na Netflix)
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