Alunas apagando o quadro e suicídio: após denúncias de racismo no Sartre, página publica relatos de ocorrências que teriam ocorrido no colégio
Um perfil intitulado "Jean Paul Arrependido" tem postado supostos relatos dos estudantes das unidades envolvendo não apenas novos casos de racismo, como também LGBTQIA+fobia e assédio.
Depois de ser alvo de acusações de racismo, o Sartre Escola SEB, que tem duas sedes em Salvador e uma em Lauro de Freitas, acabou se vendo em uma nova polêmica. Um perfil no Instagram intitulado "Jean Paul Arrependido" tem postado supostos relatos dos estudantes das unidades envolvendo não apenas novos casos de racismo, como também LGBTQIA+fobia e assédio.
Tudo começou com uma festa particular de alunos da unidade Itaigara, onde vazaram prints de alunos dizendo coisas do tipo "'bora' voltar para a macacada", "cala a boca, macaco" e "pretos morram". O colégio se pronunciou, dizendo que repudia a atitude e que tudo ocorreu "fora do ambiente escolar, sem qualquer vínculo pedagógico".
Um dia após o caso vir a tona, foi criado o Instagram. "Será que Jean-Paul Sartre aprovaria certas atitudes de um famoso colégio usando seu nome? Divulgaremos os relatos com o intuito de mostrar que não foi um caso isolado", diz.
CASOS
A página já possui mais de 1,5 mil seguidores em seis dias e conta 89 relatos, todos enviados por meio de um formulário anônimo ou pelo próprio Instagram, segundo o criador. Em um destaque intitulado "depoimentos", alguns alunos reforçam que o comportamento indicado nas postagens é real.
Os outros destaques classificam o relato como "racismo/classismo", "LGBTfobia", "administração da escola" e outro relacionado aos professores. Neste último, há frequentes casos de profissionais que teriam costume em pedir as alunas que apaguem o quadro, especialmente as que usam roupas de educação física.
Outra história fala sobre o suicídio de um aluno que estaria no terceiro ano do Ensino Médio de uma das unidades em 2017. "O caso abalou diversos alunos e professores, lógico, foi algo marcante. Porém, a escola fingiu que nada havia acontecido e forçou aula no dia seguinte. Era uma sexta, alguns dos professores que ministrariam aula nesse dia se negaram a dar aula", diz o relato, anônimo.
REPERCUSSÃO
O caso inicial de racismo está sendo investigado pelo Ministério Público. Na última quinta-feira (11/11), a Defensoria Pública do Estado da Bahia enviou um ofício à coordenação do Sartre, informando que é responsabilidade do Colégio a estruturação de um plano pedagógico para prevenir e coibir tais atos.
O documento indica também que a omissão pode acarretar medidas administrativas ou judiciais, “inclusive de responsabilização pessoal, quando tinham o dever de agir”.
A redação Aratu On tentou entrar em contato com o Sartre Escola SEB por meio das redes sociais, mas, até a finalização desta matéria, não houve resposta.
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