Dalila Santos é eleita a nova Deusa do Ilê Aiyê em noite repleta de emoções
"Pretendo reinar o ano todo trazendo a minha verdadeira essência", promete Dalila Santos de Oliveira, a nova Deusa do Ébano.
"Ser Deusa do Ébano para mim é afirmação de identidade, é empoderamento, é força, é representar todas essas mulheres que estão aí me assistindo". Foi assim que Dalila Santos de Oliveira definiu o título que assumiu na noite deste sábado (28), após vencer a 42ª Noite da Beleza Negra em uma festa marcada por reencontros e homenagens na Senzala do Barro Preto, Curuzu. Aos 20 anos, a dançarina e coreógrafa de Pernambués concorreu pela primeira vez no concurso em que saiu vitoriosa, em um anúncio feito por Arany Santana e com o Troféu Sérgio Roberto (em homenagem ao idealizador da Noite da Beleza Negra, que morreu no último domingo) sendo entregue pelas mãos do presidente fundador do bloco Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô.
O primeiro contato da nova Deusa com o bloco foi ao vê-lo passar no Carnaval: "Eu simplesmente dancei. Não foi nada ensaiado ou que eu aprendi. Eu passei pela escola de dança quando eu tinha uns 14 anos, mas eu conheci o Ilê antes disso. O molejo, o toque da percussão, fazia com que eu me movimentasse com essa dança de rei e rainha, como a gente chama. É uma movimentação que a gente faz que conta um pouco da nossa história, da nossa essência, conta esse brilho, coloca para fora essa força que a gente tem". A marca que Dalila quer deixar para o seu reinado ao longo do ano é de força e representatividade: "Eu quero mostrar para as nossas mulheres o poder que nós temos e que sim, elas podem estar onde elas quiserem".
Princesas do Ilê
Segundo e terceiro lugar na noite, Carol Xavier e Larissa Valéria também receberam o Troféu Sérgio Roberto. Carol tem 24 anos, mora em Mussurunga e é estudante de jornalismo. Assim como Dalila, ela celebrou todo o processo de preparação que culminou na noite de ontem: "Diversas vezes eu tinha lembranças de pessoas queridas que me fortaleceram quando eu era mais nova. Essa ancestralidade pulsa nos tambores, ao ver outra deusa, outra mulher negra bailando a dança afro, ao ver outras pessoas na Senzala do Barro Preto, este lugar que é nosso".
Instrutora da área da beleza e empreendedora, Larissa Valéria, 28 anos, é da Liberdade. Ela destacou o mix de ansiedade do processo intenso de preparação para a noite, o que, para ela, faz com que estar entre as selecionadas já seja uma vitória. "Estar no pódio entre as campeãs também é uma realização. É mostrar para as outras que desistir não é uma opção", afirma.
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