Terceira dose de vacina contra Covid é erro técnico, moral e político, diz OMS
Para a cientista-chefe da OMS, a precipitação pode ser não só um desperdício como ineficiente.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde(OMS), Tedros Ghebreyesus, criticou nesta quarta-feira (25/8) a decisão de alguns países - incluindo o Brasil - de aplicar uma terceira dose da vacina contra Covid-19.
"No momento atual, é como jogar uma segunda bóia para alguns enquanto outros estão se afogando ao lado", afirmou.
Apesar da não recomendação pela entidade internacional, diversos governos têm optado pela aplicação de reforço em parte da sua população, principalmente com o risco adicional da variante delta, mais contagiosa. No Brasil, o ministro da saúde, Marcelo Queiroga informou que a terceira dose para idosos e pacientes imunossuprimidos acontecerá a partir do dia 15 de setembro.
Para a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, a precipitação pode ser não só um desperdício como ineficiente. Ela diz que painel recente com cientistas de vários institutos de ponta concluiu que ainda não há evidências suficientes nem sobre a eficácia de uma terceira dose nem sobre sua segurança.
Um dos aspectos alertados pela OMS é a questão de segurança da vacina extra. "O que ocorre com uma terceira dose?", questionou Soumya. "Existem ainda perguntas que precisam ser respondidas", disse.
Tedros Ghebreyesus também insistiu que não existem dados conclusivos nem sobre a segurança da 3ª dose e nem sobre os benefícios. Ele alertou que tal iniciativa seria um "problema moral", já que deixaria milhões de pessoas pelo mundo sem doses. "É tecnicamente e moralmente errado", disse.
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