Salvador registra aumento de vandalismo em mudas recém-plantadas
Salvador entra em alerta para avanço do vandalismo contra mudas e impacto na arborização
Por Laraelen Oliveira.
A Prefeitura de Salvador tem registrado um aumento preocupante nos casos de vandalismo contra mudas recentemente plantadas pela gestão municipal. Equipes técnicas da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis) relatam episódios frequentes de plantas quebradas, retirada de tutores e até furto de exemplares, ações que comprometem diretamente o programa de arborização urbana.
De acordo com o secretário da Secis, Ivan Euler, a destruição das mudas reduz consideravelmente o sucesso das iniciativas de ampliação da cobertura verde da cidade e compromete os benefícios ambientais esperados. “Nossas equipes têm encontrado mudas danificadas, tutores furtados e até árvores recém-plantadas que desapareceram. Mesmo quando motivados por desconhecimento, esses atos impedem o desenvolvimento das plantas e atrasam o avanço de uma Salvador mais arborizada”, afirmou.
Pontos que sofreram com o vandalismo
Pontos como a Avenida Vasco da Gama e a região da Avenida ACM são considerados áreas críticas. No corredor do BRT, por exemplo, os tutores, estruturas essenciais para dar sustentação às mudas, já foram retirados ao menos três vezes poucos dias após a reposição.
Sem o tutor, explicam técnicos da Secis, a muda perde estabilidade, balança excessivamente com o vento e pode tombar. Esse movimento fragiliza as raízes, expõe o colo da planta ao sol e aumenta o risco de desidratação, dificultando seu crescimento. A retirada da gema apical, conhecida como “olho”, torna o problema ainda mais grave, pois interrompe o desenvolvimento da árvore, muitas vezes levando-a à morte e obrigando ao replantio.

Além de ilegais, esses atos geram prejuízos ambientais e sociais. Cada muda destruída representa menos sombra, maior sensação térmica, mais ilhas de calor e perda de biodiversidade, além de afetar a estética urbana e a qualidade do ar. “Cada árvore perdida é um retrocesso coletivo. Já cada muda que cresce representa um ganho para toda Salvador. Cuidar dessas plantas é cuidar da cidade, garantindo um futuro mais fresco e sustentável”, reforça Euler.
O diretor do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (Savam), João Resch, também chama atenção para a falta de consciência de parte da população. “O índice de perda tem aumentado pela falta de sensibilidade. Apesar de a maioria da sociedade estar preocupada com o clima e o conforto térmico, ainda há quem não compreenda que as árvores são um bem comum. A perda de cada muda representa desperdício de energia, insumos e trabalho, algo que impacta a todos”, afirmou.
A Secis destaca ainda que mudas desprotegidas ficam mais suscetíveis a ventos fortes, insolação excessiva, pragas e doenças, e podem não resistir aos primeiros meses, fase crucial de desenvolvimento. A população pode denunciar atos de vandalismo pelo número 156.
A Prefeitura afirma que continuará investindo na ampliação da arborização, aliada a ações de educação ambiental e ao monitoramento de áreas vulneráveis. Ainda assim, a participação da população é indispensável. “Precisamos do apoio de cada cidadão e cidadã. Denunciem qualquer dano às mudas. Cada árvore faz diferença”, conclui Euler.
Degradação ambiental: saiba sobre os acontecimento no meio ambiente
A aceleração da degradação de ecossistemas e a recorrência de eventos extremos têm produzido um tipo específico de sofrimento psicológico: a solastalgia. O conceito descreve o impacto emocional de permanecer em um território que está mudando ou se deteriorando, uma espécie de “saudade do presente” que se tornou mais frequente entre comunidades atingidas por enchentes, secas e incêndios. Com informações da Agência Einstein.
Uma megaoperação da Polícia Federal (PF), em conjunto com a Polícia Especializada da Caatinga, contra o garimpo ilegal resultou na destruição de mais de 150 estruturas no Parque Nacional do Boqueirão da Onça, no município de Sento Sé, no norte da Bahia.
A Mata Atlântica perdeu 2,4 milhões de hectares de floresta nas últimas quatro décadas, o que representa uma redução de 8,1% da área registrada no início da série histórica. O levantamento foi divulgado pelo MapBiomas, que aponta que o bioma mais degradado do país mantém atualmente apenas 31% de sua vegetação natural.
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