Garimpo ilegal: mais de 150 estruturas são destruídas em área protegida

Garimpo ilegal passou a ser explorado no Parque Nacional do Boqueirão da Onça, no município de Sento Sé, no norte da Bahia, em 2017, após a descoberta de ametista

Por Anna Caroline Santiago.

Uma megaoperação da Polícia Federal (PF), em conjunto com a Polícia Especializada da Caatinga, contra o garimpo ilegal resultou na destruição de mais de 150 estruturas no Parque Nacional do Boqueirão da Onça, no município de Sento Sé, no norte da Bahia. A ação de combate à mineração criminosa foi deflagrada na última quarta-feira (19).

Garimpo ilegal: mais de 150 estruturas são destruídas em área protegida.Foto: GOV Br

As autoridades utilizaram imagens de satélite e drones para monitorar e mapear as estruturas montadas pelos garimpeiros antes de realizarem a investida. No local, além da destruição dos pontos de exploração, os policiais inutilizaram máquinas e equipamentos utilizados na atividade ilegal.

A área, considerada uma das mais importantes para a conservação do bioma Caatinga, passou a ser intensamente explorada desde 2017, após a descoberta de ametista em uma profundidade relativamente rasa.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) destacou que as condições de trabalho encontradas nos garimpos eram insalubres. As investigações apontam que os garimpeiros operavam sem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sem contratos de trabalho formais e sem garantias trabalhistas. Além disso, a manipulação ilegal de explosivos era uma prática comum na região.

Parque Nacional e Área de Proteção Ambiental

Parque Nacional do Boqueirão da Onça. Foto: Reprodução

O Parque Nacional e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Boqueirão da Onça formam, juntos, a maior área de Caatinga preservada do Brasil, o que a torna prioritária para a conservação.

A área também abriga milhares de sítios arqueológicos e paleontológicos, com a presença de pinturas rupestres que representam um importante registro histórico-cultural para a humanidade.

A região é um santuário para diversas espécies ameaçadas e consideradas bandeiras da conservação, incluindo a onça-parda, onça-pintada, tatu-bola, tamanduá-bandeira e a arara-azul-de-Lear.

Turista chinês é preso por comandar garimpo ilegal na Bahia

Um turista chinês foi preso durante uma operação que desarticulou um garimpo ilegal em Oliveira dos Brejinhos, no oeste da Bahia. A ação, realizada em agosto deste ano, também resultou na apreensão de explosivos de uso restrito, máquinas e mais de 60 toneladas de quartzo.

A operação teve início após uma denúncia anônima sobre um garimpo clandestino que funcionava havia cerca de dois meses, sem qualquer tipo de autorização legal.

Durante a fiscalização no povoado Urucu, as equipes flagraram a extração ilegal de minério. No local, foram encontradas aproximadamente 60 toneladas de quartzo, entre material já transportado e estoque.

O estrangeiro, de origem chinesa e em situação irregular no país, foi identificado como responsável pela atividade e conduzido à Delegacia Territorial, onde foi autuado em flagrante. O Batalhão de Operações Especiais (BOPE) recolheu os explosivos e a atividade ilegal foi interrompida.

Turista chinês é preso por comandar garimpo ilegal na Bahia.Foto: SSP-BA

Mandados de prisão por garimpo ilegal

Em 2024, a Polícia Federal deflagrou a "Operação Gameleira", com o objetivo de desarticular um grupo criminoso que vem, reiteradamente, praticando os crimes de mineração ilegal, roubo de bens da União, porte ilegal de explosivos e associação criminosa, em conjunto com garimpeiros locais e estrangeiros, em três cidades baianas: Jaguarari, Campo Formoso e Oliveira dos Brejinhos.

Lula defende uso do poder da máquina pública contra garimpo ilegal

Um ano após a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami ter vindo a tona, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, o uso de todo o poder da máquina pública contra o garimpo ilegal em terras indígenas.

Lula coordenou reunião ministerial, no Palácio do Planalto, para discutir a situação atual do povo yanomami, em Roraima, que ainda sofre com a ação de invasores na terra indígena.

“A gente vai decidir tratar a questão de Roraima, a questão indígena e a questão dos yanomami, como uma questão de Estado. Nós vamos ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter. Porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para o garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisa contra o que a lei determina”, afirmou.

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