Caso dos respiradores: Dino envia ao STJ investigação contra Rui Costa

Ministro Flávio Dino atendeu a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet; caso dos respiradores aconteceu no governo de Rui Costa na Bahia

Por Da redação.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou o envio da investigação do "caso dos respiradores" contra o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão acolhe manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e atende ao novo entendimento do STF sobre o foro privilegiado. A informação é do Estadão.

O inquérito apura irregularidades na compra de respiradores durante a gestão de Rui Costa como governador da Bahia e presidente do Consórcio Nordeste. Segundo o Estadão, Gonet apontou indícios de crime e afirmou que o ex-governador “assinou contrato com previsão de pagamento antecipado integral e sem garantias ao ente público”.

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O contrato em questão autorizou o pagamento antecipado de R$ 48 milhões a uma empresa sem capacidade técnica para fornecer os respiradores, que nunca foram entregues. Até hoje, os valores não foram recuperados.

Rui Costa era governador da Bahia na ocasião do

Na manifestação, Gonet argumentou que o caso deve ser analisado pelo STJ, já que os fatos investigados estão relacionados ao período em que Rui Costa exercia o cargo de governador. “Ainda que o investigado Rui Costa atualmente ocupe o cargo de Ministro de Estado, o novo entendimento firmado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal indica que a competência para processar e julgar os crimes que lhe são imputados, por terem sido supostamente praticados no exercício do mandato de governador e em razão dele, permanece no Superior Tribunal de Justiça”, escreveu o procurador-geral.

A investigação tramitou inicialmente no STJ, mas foi remetida à primeira instância da Justiça Federal na Bahia após o fim do mandato de Rui Costa. Posteriormente, com mudanças na jurisprudência do STF sobre foro privilegiado, o caso foi encaminhado à Corte Suprema, onde permaneceu parado desde maio de 2025.

A assessoria do ministro da Casa Civil negou qualquer irregularidade na contratação e declarou que o pedido de Gonet “não agrega nenhum elemento acusatório”. Afirmou ainda que a defesa de Rui Costa já havia solicitado o envio do caso ao STJ por envolver fatos de sua gestão estadual.

Com a decisão, o inquérito volta a tramitar sob relatoria do ministro do STJ Og Fernandes.

Caso dos respiradores

A investigação apura o contrato de R$ 48,7 milhões firmado entre o Consórcio Nordeste e a empresa Hempcare Pharma Representações Ltda para a aquisição de ventiladores pulmonares. Segundo o Ministério Público, a empresa, sediada em São Paulo, tinha pequeno número de funcionários, capital social reduzido e pouca experiência na comercialização de insumos médicos.

Na época, Rui Costa era o presidente do Consórcio Nordeste e foi quem assinou o contrato com a Hempcare. Em 2023, a então vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, solicitou a transferência do processo para a Justiça Federal, argumentando que a assinatura do documento, “por si só, não é capaz de tonificar a responsabilidade criminal”.

Flávio Dino e Rui Costa | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria do ministro da Casa Civil

“Na manifestação citada, a Procuradoria Geral da República mostra-se em acordo com a tese apresentada pela defesa de Rui Costa, na medida em que concorda com a manutenção do processo no Superior Tribunal de Justiça. Essa continuidade do foro decorre de decisões e de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, consolidadas anteriormente a esse caso concreto, e colabora com a maior celeridade possível para o andamento do processo, como é desejo manifestado publicamente por Rui Costa e pela sua defesa desde o início.

Cabe destacar que a nova peça da PGR não agrega nenhum elemento acusatório quanto à conduta do então governador da Bahia e que o próprio Ministério Público já tinha manifestado, em parecer emitido no decorrer do processo, que não existe nenhum fato que vincule Rui Costa a qualquer irregularidade na compra dos respiradores".

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