Pai de Davi, que teve ossada localizada após 3 anos, pede pressa nas investigações: 'Nossa vida paralisou'
Davi foi visto pela última vez em 28 de março de 2021, quando passava férias na casa da avó, no povoado de Varzinha das Olarias
A Polícia Civil da Bahia confirmou, na noite de terça-feira (14), que a ossada encontrada na zona rural de Itiúba, no norte da Bahia, pertencia a Davi Lima Silva, menino de 12 anos que estava desaparecido há três anos e nove meses.
Em entrevista à repórter Lara Linhares, da TV Aratu, o pai de Davi, Edson Alves, disse que finalmente poder enterrar o filho é um alívio para a família:
"Fica a sensação de que se findou essa parte, porque é um sofrimento que a gente tinha diariamente. Todo dia era um luto. A gente acordava e pensava: 'Será que ele já acordou? Será que comeu?'. A mãe, principalmente, está em casa, muito aflita, chorando. [...] A nossa vida paralisou. Quem fez isso, causou uma catástrofe na nossa família".
Segundo Edson, a mãe da criança, a fotógrafa Lília Lima, ainda tinha esperanças de encontrar o filho com vida. "A gente está aqui, passando por esse momento difícil", relatou.
O caso, que gerou grande comoção na comunidade local, segue sendo investigado pelas autoridades. | Foto: Arquivo Pessoal
"Eu quero que as autoridades não deixem que esse caso de meu filho, Davi, seja mais um. Eu peço para eles: tenham atenção essa situação. Precisa descobrir os causadores desse assassinato do meu filho. Eu e a minha esposa, a gente se pergunta, um para o outro: 'Por que fizeram isso com o nosso filho?'. Meu filho queria ser médico, cientista, queria descobrir a vacina para a Covid-19, queria ser engenheiro", relembrou Edson.
Davi foi visto pela última vez em 28 de março de 2021, quando passava férias na casa da avó, no povoado de Varzinha das Olarias, região onde os restos mortais foram encontrados.
O caso, que gerou grande comoção na comunidade local, segue sendo investigado pelas autoridades, que ainda buscam esclarecer as circunstâncias do desaparecimento e da morte do jovem. A confirmação da identidade foi feita por meio de exames de DNA, que apontaram com precisão a relação da ossada com Davi.
O caso transitava em segredo de Justiça e, até então, nenhuma pista havia sido divulgada sobre o desaparecimento do menino. Em nota, a Polícia Civil informou que investigações continuam sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias da morte. A delegacia Territorial de Itiúba aguarda o recebimento formal dos laudos pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). Assista, abaixo, à entrevista completa:
Desaparecimento e buscas
Informações iniciais, divulgadas na época do desaparecimento da criança, apontavam que, provavelmente, Davi havia sido sequestrado enquanto caminhava até a casa da tia, que ficava a cerca de 300 metros da casa da avó, onde estava. No entanto, nada foi oficialmente confirmado.
Após o desaparecimento de Davi, Lília e Edson, junto com vizinhos e familiares, iniciaram intensas buscas na região, principalmente em uma área de mata, mas sem sucesso.
A busca envolveu também uma equipe do Corpo de Bombeiros, que contou com o auxílio de cães farejadores e helicópteros. Durante a operação, foi encontrada apenas uma sandália pertencente ao menino, mas os bombeiros acreditaram que o calçado havia sido "implantado" no local, devido ao fato de que várias pessoas já haviam passado por ali sem notá-lo.
Além disso, os cães farejadores foram até a sandália, mas retornaram sem seguir o cheiro da criança para dentro da mata, levantando suspeitas de que a pista havia sido forjada.
Informações iniciais, divulgadas na época do desaparecimento da criança, apontavam que, provavelmente, Davi havia sido sequestrado enquanto caminhava até a casa da tia. | Foto: Arquivo Pessoal
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