ESTIAGEM: Após um ano, como estão as cidades da Bahia que entraram em situação de emergência?
ESTIAGEM: Após um ano, como estão as cidades da Bahia que entraram em situação de emergência?
Há pouco mais de um ano, a Bahia estampou os Diários Oficiais da União e do Estado com as mais de 170 cidades que entraram em situação de emergência por estiagem e seca. Os baixos índices pluviométricos registrados nos últimos anos, que estão afetando quase a totalidade do estado, têm comprometido a regularidade no fornecimento de água potável e provocado graves prejuízos às atividades produtivas das regiões, principalmente à agricultura e à pecuária. A estimativa é que mais de 1,6 milhão de pessoas estão sendo afetadas direta e indiretamente.
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Em 2016, o governo Estadual chegou a decretar ?Situação de Emergência? em oito municípios da Bahia. As cidades citadas no documento foram Baixa Grande, Remanso, Queimadas, Manoel Vitorino, Planaltino, Teofilândia, Paripiranga e Curaçá. Na justificativa do documento constava que as medidas foram tomadas ?considerando os danos recorrentes da estiagem que estão afetando as atividades econômicas das regiões e a população?.
No início deste ano, o Diário Oficial da União também decretou situação de emergência, mas para os municípios de Correntina, Feira de Santana, Paratinga, Saúde, Utinga e Uauá. Todos pelo mesmo motivo.
O Ministério da Integração Nacional listou todas as 231 cidades que já atingiram o estado de emergência e que devem receber apoio do órgão no prazo de 180 dias, a contar da data de ocorrência registrado pela Integração Nacional. Alguns, porém, vencem ainda neste mês de novembro.
De acordo com Júnior Queiroz, morador de Remanso há 26 anos, nenhuma medida efetiva foi feita na cidade. “Ainda vemos muita gente com dificuldade para conseguir água. Quem mora na saída da cidade é quem mais sofre”, conta. Remanso é um dos municípios cujo prazo de vigência termina em dezembro deste ano.
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Quem também pontua os prejuízos causados pela estiagem é o agricultor Antônio Mota de Souza, morador de Uauá, a 427 quilômetros de Salvador. “Passamos muito tempo sem conseguir trabalhar nas terras daqui. Nossa sorte é um ajudando o outro, porque nesse ano a gente sofreu e não foi pouco, não”, relembra Antônio. Natural de Uauá, o agricultor conta, ainda, como a estiagem influencia até mesmo na convivência com os cinco filhos. “Os meninos ficam agitados porque é um clima pesado e, a gente, sem ter muito o que fazer, acaba ficando junto, né?”, relata.
Dora Benedita Souza, esposa de Antônio, explica ainda que a população, por ter uma proximidade com a prefeitura, tende a fazer cobranças ao gestor municipal, porém “foge do controle dele”. “Não estamos pedindo, é um problema de todos, mas o que nos resta é esperar e rezar para não morrer”, reflete.
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De acordo com decreto, que passou pela análise da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) e foi assinado pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), todos os órgãos estaduais devem participar de ações com o objetivo de buscar soluções para restabelecer a normalidade e preservar o bem-estar da população.
Ao Aratu Online, o Ministério da Integração Nacional preferiu não se pronunciar sobre as cidades, porque precisa seguir um protocolo para fazer o levantamento do que já foi feito nas cidades até o momento. Em breve, o portal atualizará as situações de todos os municípios cujos prazos de vigência terminam em até dezembro de 2017.
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*Publicada originalmente às 6h (9/11)