Golpes com Pix causaram R$ 4,94 bilhões em prejuízos em 2024

O valor de golpes com Pix representa um aumento de 70% em relação a 2023

Por Bruna Castelo Branco.

As fraudes envolvendo o sistema de pagamentos instantâneos Pix já somam R$ 4,94 bilhões em prejuízos somente em 2024, segundo dados do Banco Central obtidos via Lei de Acesso à Informação. O valor representa um aumento de 70% em relação a 2023, quando as perdas totalizaram R$ 2,91 bilhões.

Os prejuízos se referem a solicitações de devolução feitas por vítimas de golpes que não foram atendidas — em muitos casos, porque os valores já haviam sido sacados, as contas estavam sem saldo ou foram encerradas. Até agora, 3,4 milhões de pedidos de reembolso foram negados.

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Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

As ocorrências de fraudes seguem em crescimento. Neste ano, a média mensal de notificações supera 390 mil, número significativamente maior do que as 216 mil registradas por mês em 2023. Apenas em janeiro, mais de 320 mil casos foram considerados procedentes.

De acordo com o Banco Central, é classificada como fraude qualquer transação feita sem autorização do titular ou sob coerção. Após a notificação, é gerado um pedido de devolução, mas o reembolso nem sempre é possível.

Apesar do valor expressivo, as fraudes representam apenas 0,019% do total movimentado pelo Pix em 2024, que já ultrapassa R$ 26 trilhões.

Grande parte dos golpes envolve contas-laranja ou contas de passagem, usadas para ocultar os verdadeiros beneficiários dos crimes. Segundo o setor bancário, essas contas são alugadas por criminosos, com pagamentos que podem chegar a R$ 10 mil.

O superintendente de segurança do Itaú, Victor Thomazetti, afirma que “a maioria dos donos dessas contas participa dos golpes de forma consciente”. Já o Banco Central tem intensificado a fiscalização para coibir a abertura de contas fraudulentas.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Conforme os dados mais recentes, 38% dos valores desviados foram enviados para contas em nome dos próprios golpistas. Outros 27% envolveram contas-laranja e 1% correspondem a contas abertas com dados falsos. O restante inclui diferentes tipos de fraude.

Diante do cenário, instituições financeiras têm defendido punições mais severas para quem cede contas bancárias a criminosos, incluindo a possibilidade de banimento temporário do sistema financeiro.

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