Artigo: Um ensaio sobre a paixão na prática clínica da medicina

Artigo: Um ensaio sobre a paixão na prática clínica da medicina

Por Cristiane Teixeira.

Artigo: Um ensaio sobre a paixão na prática clínica da medicinaarquivo pessoal

Eu sempre fico encantada quando encontro alguém que, seja assistindo a uma aula ou durante uma consulta, expõe suas ideias de forma clara, prática e acessível. Nunca me esquecerei de uma professora muito querida que, há muitos anos atrás, comentou sobre a paixão com que devemos lidar nas coisas mais simples da consulta (e porque não, da vida?).

“Uma remoção de cerume, por exemplo, trará alívio imediato e fará muito feliz o seu paciente”. O que mais o encanta é a empatia com que atuamos durante o atendimento: a atenção, o interesse genuíno por qualquer problema, do mais simples ao mais complexo. Quando isso acontece, o paciente geralmente consegue absorver as determinações, sente-se motivado, esperançoso, e nunca mais esquece. 

Quando os ensinamentos se debruçam em condutas palpáveis, tangíveis, com objetivos práticos e bem definidos, sentimos que finalmente conseguimos colocar em prática, inserindo no nosso “cardápio”.

O que estamos falando é sobre dançar pelo “caminho do meio”, o que está bem distante de “ficar em cima do muro”.  Trata-se de uma tentativa constante de buscar o equilíbrio entre as tendências e modismos, fazendo com que a medicina realmente seja um bem ao alcance de todos. Decepciona e frustra um sistema de saúde cada vez mais sofisticado e para poucos: uma matemática onde a conta não fecha. Admiro quem consegue discordar da massa de forma elegante, expressando uma opinião assertiva, trazendo maior experiência, diversidade e riqueza.

Acredito que o conhecimento está muito acessível a todos, sobre isso não resta dúvida: só não aprende quem não quer. Contudo, informações sobre relacionamento interpessoal e humanização do atendimento, sobre simplificar e esclarecer as coisas, sobre o que não fazer ou como posso disseminar o que aprendi, oportunidades como essas não temos assim com tanta frequência. É mais ou menos como ouvi certa vez dizer o célebre filósofo Mário Cortella: “O conhecimento serve para encantar as pessoas, não para humilhá-las”. Independente da área de atuação, quando estamos comprometidos no cuidar, inspiramos e irradiamos confiança, momento em que já é iniciado o processo de melhora.

*Médica Otorrinolaringologista do NOOBA e do Hospital Aeroporto

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