Em Hiroshima, Lula defende reforma de Conselho de Segurança da ONU
Presidente brasileiro participa de sessão de trabalho do G7 no Japão
Para o chefe de estado brasileiro, é preciso criar esforços globais para combater à fome, à pobreza e à desigualdade por todo o mumdo. E para isso, é preciso ter os países emergentes representados não só apenas em reuniões como essa, como também em órgãos de governança global. Dentro disso, Lula defendeu a reforma no Conselho da ONU com adesão de novos membros além das sete nações mais ricas do mundo.
Lula ainda recordou os compromissos firmados pelas nações na Rodada do Desenvolvimento, da Organização Mundial de Comércio (OMC), e da Agenda 2030, ligada a proteção ao meio ambiente.
Anteriormente, Lula teve compromissos com o Primeiro-Ministro japonês, Fumio Kishida, o presidente da Indonésia, Joko Widodo. Depois da sessão de trabalho do G7, o chefe de estado brasileiro terá encontros com a Diretora-Geral do FMI, Kristalina Georgieva, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz.
Confira o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na íntegra
"Quero agradecer ao primeiro-ministro Kishida pelo convite para que o Brasil participasse do segmento ampliado da Cúpula de Hiroshima.
Esta é a 7ª vez que sou convidado de uma reunião do G-7.
Quando aqui estive pela última vez, na Cúpula de L´Áquila em 2009, enfrentávamos uma crise financeira global de proporções catastróficas, que levou à criação do G-20 e expos a fragilidade dos dogmas e equívocos do neoliberalismo.
O ímpeto reformador daquele momento foi insuficiente para corrigir os excessos da desregulação dos mercados e a apologia do Estado mínimo.
A arquitetura financeira global mudou pouco e as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas.
Houve retrocessos importantes, como o enfraquecimento do sistema multilateral de comércio. O protecionismo dos países ricos ganhou força e a Organização Mundial do Comércio permanece paralisada. Ninguém se recorda da Rodada do Desenvolvimento.
Os desafios se acumularam e se agravaram. A cada ameaça que deixamos de enfrentar, geramos novas urgências.
O mundo hoje vive a sobreposição de múltiplas crises: pandemia da Covid-19, mudança do clima, tensões geopolíticas, uma guerra no coração da Europa, pressões sobre a segurança alimentar e energética e ameaças à democracia.
Para enfrentar essas ameaças é preciso que haja mudança de mentalidade. É preciso derrubar mitos e abandonar paradigmas que ruíram.