Levantamento mostra que 97% dos mortos pela polícia na Bahia são negros; estado lidera ranking nacional
Levantamento mostra que 97% dos mortos pela polícia na Bahia são negros; estado lidera ranking nacional
Um levantamento divulgado pela Rede de Observatórios da Segurança mostra que, em cinco estados do Brasil (Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo), os negros são a maioria dos mortos pela polícia. O estudo ainda aponta que a Bahia lidera esse percentual: de todas as pessoas mortas pelos agentes de segurança pública, 97% são negros. O estado do Pernambuco aparece em segundo lugar, com a proporção de 93%.
Conforme o relatório, no Rio de Janeiro, 86% dos mortos por policiais eram negros; no Ceará, o percentual foi de 87%; e em São Paulo, de 63%. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Brasil, em 2019, do total de pessoas mortas por policiais, 79% eram negras.
“Com esses dados, podemos mostrar que não é um viés racial, não é excesso de uso da força, não é violência policial letal acima do tolerado, é racismo. Quando analisamos a violência policial, nós não conseguimos contabilizar abordagens violentas, espancamentos, humilhações do dia a dia, mas conseguimos contar os corpos empilhados nessas ações”, disse, em nota, a coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança e do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Silvia Ramos.
Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, diretamente com as secretarias de Segurança dos Estados. Depois, foram checados e comparados com informações sobre cor das populações de cada estado no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
BAHIA
Sobre o levantamento, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou, em nota, que as ações policiais são realizadas após levantamentos de inteligência e observação da mancha criminal.
"A SSP destaca, ainda, que todos casos que resultam em mortes são apurados pela Corregedoria e, existindo indício de ausência de confronto, os policiais são afastados, investigados e punidos, caso se comprove a atuação delituosa”, diz o comunicado.
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