Adolescente suspeita de matar amiga de 14 anos com tiro acidental não comparece à reconstituição do crime
Adolescente suspeita de matar amiga de 14 anos com tiro acidental não comparece à reconstituição do crime
A adolescente de 14 anos, suspeita de matar Isabele Guimarães Ramos, não participou da reconstituição do crime realizada na noite da quarta-feira (19/8). A defesa da garota alegou que ela está emocionalmente abalada. Segundo o atestado psiquiátrico e psicológico, a jovem apresenta sintomas de estresse, ansiedade e passa por tratamento com medicamentos desde o dia do crime.
A psiquiatra Ana Cristina Gonçalves alegou que o "desenvolvimento afetivo-emocional e social" da adolescente poderia ser afetado caso ela participasse da reconstituição do crime. Ela deve permanecer em tratamento, ainda sem previsão de alta. O namorado dela, de 16 anos, responsável por levar duas armas para a casa da família Cestari na noite do homicídio, alegou que deixou-as com a namorada por medo de ser parado em uma blitz. Ele participou da reconstituição, assim como os pais dela, o empresário Marcelo Cestari e a mulher Gaby Cestari.
A menina foi representada por uma pessoa que tinha estatura e pesos compatíveis. A reprodução também contou com um grupo de 41 profissionais entre investigadores, escrivães, delegados e peritos.
Segundo a Polícia Civil, a reconstituição durou sete horas, sendo finalizada às 1h40. Foram reproduzidos todos os movimentos efetuados pelos envolvidos, para apontar a compatibilidade das versões apresentadas na investigação. A simulação foi realizada com três disparos. Agora, os delegados que investigam o caso devem analisar se existe necessidade de colher novos depoimentos. O titular da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), Wagner Bassi, acredita que conclusão do inquérito ocorra dez dias após a elaboração do laudo pericial da reconstituição.
Relembre o caso - Isabele morreu no dia 12 de julho, na casa da família Cestari, com um tiro que atingiu a sua narina e saiu pela nuca. O pai da adolescente suspeita de efetuar o tiro acidentalmente chegou a omitir para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que houve o disparo, alegando que era teria sofrirdo uma queda. Os médicos que atenderam a ocorrência relataram que a menina já estava morta há pelo menos duas horas.
Em depoimento, a suspeita afirmou que segurava um case com duas armas, quando perdeu o equilíbrio de um deles e ela acabou disparando contra a vítima, ao tentar bater na porta do banheiro de um dos closets da residência para chamar a amiga. De acordo com laudo pericial do local do crime e de balística, o tiro que matou a jovem foi disparado a curta distância, entre 20 cm a 30 cm. A filha do empresário estaria de frente para a amiga, sustentando a arma a 1,44m de altura do piso "com alinhamento horizontal". A Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) ainda constatou que o disparo foi realizado com "acionamento regular do gatilho, com o atirador (menor) na porção esquerda do banheiro".
Uma das questões que constam no laudo é sobre a possibilidade de produção de "tiro acidental" pela arma que matou Isabele. No entanto, a resposta da perícia foi negativa.
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