Em recurso para Temer ser preso, MP diz que grupo destrói provas desde 2017
Em recurso para Temer ser preso, MP diz que grupo destrói provas desde 2017
Ao pedir ao TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) que o ex-presidente Michel Temer (MDB) volte a ser preso, o MPF (Ministério Público Federal) na segunda instância apresentou evidências de que provas estariam sendo destruídas desde 2017 e que dois dos investigados teriam se comunicado no dia em que foram presos: o ex-presidente e seu ex-ministro Moreira Franco (MDB). Os dois e outras seis pessoas foram soltos quatro dias depois.
Nesta última terça-feira (3/4), a Justiça Federal do Rio de Janeiro tornou Temer réu em duas denúncias apresentadas pela força-tarefa da Operação Lava Jato no estado: uma por corrupção e lavagem de dinheiro e outra por peculato (desvio de recursos públicos em benefício próprio) e lavagem. Os processos investigam um suposto esquema de propinas em obras da usina nuclear de Angra 3.
ESQUEMA 2017
Em maio de 2017, a Polícia Federal e o MPF conduziram a operação Patmos, dias depois de ser divulgado o teor da delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, da JBS, que comprometia, entre outros políticos, o então presidente Temer. Na ocasião, o Coronel Lima, amigo de Temer e dono da empresa Argeplan, foi um dos alvos da operação – ele agora virou réu junto com o emedebista nos dois processos de Angra 3 e também foi denunciado no caso da reforma.
O procurador Andrey Borges de Mendonça, do MPF em São Paulo, acompanhou o cumprimento de mandados na residência do coronel. Ele relatou que Lima “se mostrou mais agitado do que o normal” quando membros da PF se aproximaram de uma pilha de documentos que estavam em seu escritório.
“Ao se analisar tais documentos, verificou-se que se tratavam de diversos documentos que haviam sido picotados e estavam prontos para serem descartados”, escreveu Mendonça, no último dia 22 de março, a seus colegas da Lava Jato do Rio. Um dia antes, Temer e Lima foram presos.
Os documentos rasgados tiveram seus pedaços reunidos novamente e foram fotografados pelo procurador. “Alguns destes documentos rasgados faziam referência à reforma da casa de uma das filhas do então presidente Temer. Tais documentos rasgados estavam reunidos para serem descartados, a indicar possível destruição de provas”, avaliou Mendonça, que se referia à residência de Maristela.
O relato do procurador do MP de São Paulo ajudou a compor tanto as denúncias apresentadas no Rio – que agora foram recebidas – quanto a peça apresentada ontem em São Paulo. Embasaram ainda o recurso da Lava Jato contra a soltura de Temer. Segundo a denúncia em São Paulo, Temer, com o auxílio do coronel Lima e da mulher dele, Maria Rita Fratezi, pagou em espécie a obra da casa de Maristela no bairro de Alto de Pinheiros, zona oeste da capital paulista, ocorrida entre 2013 e 2015 e avaliada em R$ 1,6 milhão.
LEIA MAIS: VÍDEO: Sandy e Junior fazem primeiro show após anúncio do retorno da dupla
LEIA MAIS: Copa do Brasil: Bahia empata e precisa vencer na Fonte Nova para avançar contra o CRB
LEIA MAIS: Ministro da Economia debate reforma da Previdência na CCJ da Câmara
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuonline.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003