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GRAVIDEZ ECTÓPICA: Como se desenvolve e quais os riscos para a saúde das mulheres

GRAVIDEZ ECTÓPICA: Como se desenvolve e quais os riscos para a saúde das mulheres

Por Cássia Carolina

GRAVIDEZ ECTÓPICA: Como se desenvolve e quais os riscos para a saúde das mulheresArte/César Galvão

Os termos “gravidez ectópica” ou mesmo “gestação ectópica” podem causar estranhamento para muita gente. Desconhecidos de uma boa parte da população – até mesmo mulheres -, esse tipo de gravidez ocorre quando o óvulo fecundado se desenvolve fora do útero, e se forma dentro de alguma das tubas uterinas, ovários, colo uterino ou cavidade abdominal. Segundo o Ministério da Saúde, no “Manual Técnico de Gestação de Alto Risco”, o tipo mais frequente é a tubária.


Vários fatores podem fazer desenvolver o problema, como histórico de gravidez ectópica prévia, cirurgia tubária prévia, infecções tubárias anteriores, contracepção com progesterona (pílula do dia seguinte) ou DIU. Algumas vezes, ocorrem em gestante sem nenhum fator de risco.


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Como consequência, o embrião que se desenvolve fora do útero acaba trazendo sérios riscos à saúde da mulher, já que pode se romper e causar uma hemorragia. Os sintomas podem ser muito parecidos com o de uma gravidez normal, por isso, somente um exame clínico é capaz de detectar esta anomalia na gestação. A dor e o sangramento vaginal são os principais sintomas além de dor abdominal. “Como o feto não consegue se desenvolver na trompa, por que é uma cavidade restrita, ele causa danos à estrutura da trompa, podendo levar a mulher a ter hemorragia severa, que pode causar até a morte”, explica a ginecologista obstetra, Márcia Novaes, da Clínica Soma, em Salvador.



“A mulher pode ter outra gravidez normalmente, mas quem já passou por uma gestação ectópica, tem mais chances de desenvolver de novo”



Segundo a profissional, o tratamento pode ser tanto cirúrgico como medicamentoso. “No caso do cirúrgico, tem os parâmetros, e depende do tamanho que está o saco gestacional. Depende também do BetaHCG, e do estágio da gestação, ou seja, se não estiver avançada. A medicação se aplica através de uma injeção, com uma substância que se chama metotrexato, que é capaz de reabsorver esse óvulo, se ainda for pequeno, em gestação inicial”.


Apesar de ser necessária a cirurgia, em alguns casos, nem sempre compromete toda a trompa da gestante. No entanto, caso a gravidez esteja em estado avançado, é preciso fazer a retirada de uma das tubas. “Preservando a outra trompa, ainda existe a possibilidade de a mulher engravidar”, esclarece Márcia. A médica aconselha que, nesses casos onde já houve o histórico de gravidez ectópica, se faça uma exame para avaliar o estado do útero, e observar qual foi a causa do problema, para que possa ser evitado e não ocorra novamente. “A mulher pode ter outra gravidez normalmente, mas quem já passou por uma gestação ectópica, tem mais chances de desenvolver de novo”, completa a profissional.


A Dra. Márcia Novaes atua como ginecologista obstetra em Salvador | Foto: Arquivo pessoal


ATENÇÃO REDOBRADA


Apesar de ainda ser algo desconhecido para boa parte da população, a gravidez ectópica é mais comum do que se imagina: gestações fora do útero acontecem com cerca de 1% das mulheres. Foi o caso de Paula Araújo, contadora, 31 anos, residente em Salvador. Ela desenvolveu essa gestação quando tinha 29 anos, e conta que teve sintomas como cólicas muito fortes, vômitos e desmaio, antes de descobrir o problema.


“Descobri no hospital. Fui levada para lá, por conta desses sintomas e foi tudo muito rápido”, diz a contadora. “Fiz uma série de exames depois, mas não foi detectada nenhuma das causas que comumente podem causar uma gravidez ectópica”. No caso de Paula, o tratamento foi cirúrgico. “Fiz uma laparoscopia para retirada de uma das trompas, pois uma delas tinha se rompido”, explica ela.


CONTRACEPTIVOS


Os métodos de contracepção usados por mulheres para não engravidarem traz benefícios, mas também, podem ter o efeito contrário. No caso da pílula do dia seguinte e do DIU, podem ocasionar no desenvolvimento de uma gravidez ectópica.


As infecções uterinas são mais propensas a acontecer em mulheres que usam o DIU, apesar de ser o método de contracepção com menor taxa de falha. Para mulheres que fazem uso dele, é necessário ter acompanhamento ginecológico para saber se o contraceptivo está posicionado corretamente.


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No caso da pílula do dia seguinte, a gestação ectópica pode ocorrer se o óvulo já tiver sido fecundado. “Há o risco desse óvulo não migrar para dentro da cavidade uterina justamente porquê o movimento da trompa fica mais lento quando a mulher usa altas doses de progesterona, que é a substância da pílula. Isso aumenta o risco desse tipo de gravidez acontecer”, alerta a ginecologista Márcia Novais. Apesar dos riscos, a especialista afirma que as chances de isso acontecer são bem pequenas.


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Contraceptivos também podem ser fatores de risco para desenvolvimento de uma gravidez fora da cavidade uterina | Arte: César Galvão


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*Publicada originalmente às 6h (24/4)


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