NÃO VOTE EM FAKE: Notícias falsas serão desafios para a justiça nas eleições de 2018

“De tanto se repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade.”

A frase acima, atribuída ao ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista, Joseph Goebbels, infelizmente, faz muito sentido e a mensagem continua viva, funcionando, perfeitamente, nos dias de hoje. É com essa preocupação e consciência que o Aratu Online segue em frente com a luta pelo combate às fake news, abordando nesta matéria a sua influência no mundo político.

Boa leitura!

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A disseminação virtual de notícias falsas tende a ganhar proporções maiores, no Brasil, a partir do segundo trimestre de 2018. O país vive em um ano eleitoral e na disputa pelo poder, muitas vezes, algumas práticas são desencadeadas entre grupos políticos ? não necessariamente partidários ? com a intenção de prejudicar ou favorecer determinadas figuras do processo.

Há algum tempo, o país está mergulhado em uma crise que abalou suas principais instituições e, consequentemente, fragilizou a credibilidade da força propulsora da nação. A brecha é bem favorável à utilização de ferramentas democráticas que objetivem colocar em ?pratos limpos? um monte de sujeiras.

Porém, é aí que mora o perigo! Em meio às manifestações legítimas e naturais, surgem, também, as ?fake news?. Esses factoides, quase sempre sensacionalistas, podem provocar danos de difícil reparação em alguns projetos de campanha. Normalmente, o trabalho necessário para desmentir uma notícia falsa é desgastante e, não raramente, tem um desfecho fadado ao insucesso.

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Preocupado com esse tipo de problema, próximo às eleições presidenciais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer criar um canal de comunicação com as empresas de redes sociais. A intenção é impedir que as notícias falsas sejam disseminadas e interfiram no processo eleitoral.

Com um estreitamento de comunicação entre a Justiça Eleitoral e as empresas de mídias sociais como WhatsApp, Facebook, Twitter e Google, pretende-se que, com maior rapidez, as decisões tomadas por juízes possam resultar na retirada de conteúdos falsos divulgados por esses meios. Através da parceria, espera-se também que as empresas levem à Justiça eventuais denúncias de ?fake news?.

A falta de legislação específica para cuidar desses casos é, segundo o professor de Ciências Políticas da Ufba, Paulo Fábio, um problema que dificulta a contenção da prática. Ele ressalta que existe uma pré-disposição entre os brasileiros de sociabilizar tudo aquilo que é negativo, qualidade que predomina as intenções de uma notícia falsa.

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Aliada a essa condição, o professor adverte que no âmbito da política costuma existir uma tendência de comportamento partidário e o sentimento de paixão de determinados grupos ou pessoas podem fazer com que um fake news ganhe sustentação, quer seja pelo seu compartilhamento ou mesmo pelo desprezo deliberado da informação.

ELEIÇÕES NA BAHIA

Neste ano, as eleições definem, também, quem vai governar a Bahia no próximo quadriênio que começa em 2019. Os candidatos ainda não são conhecidos, mas virtualmente, pinta-se que os principais nomes da disputa sejam o do atual executivo, Rui Costa (PT), pretendendo a reeleição e o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

Nossa reportagem buscou a assessoria desses políticos para saber de que forma as fakes news têm atribulado o seu dia a dia nas respectivas gestões, considerando que a coisa pode ficar mais feia para eles no momento em que as campanhas comecem a, realmente, ?pegar fogo?:

CASO BAMBUZAL

No último mês de janeiro, a divulgação da retirada de 0,19% do bambuzal do aeroporto de Salvador, em virtude da realização de obras do metrô, foi motivo de grande celeuma. O governador Rui Costa, na oportunidade reclamou de ter sido vítima de acusações desonestas, dando conta de que ele iria retirar todo o bambuzal da região.

Uma nota falsa de origem desconhecida, inclusive, se apropriando do formato e marca de um portal de notícias de Salvador, divulgou que o governador falou que o aeroporto ficaria mais bonito sem aquele matagal.

?[?] Como é feio, como é triste ver algumas pessoas produzindo matérias falsas, clonando nomes e botando notícias falsas sobre várias coisas. A última que fizeram contra mim foi plantar uma notícia falsa sobre o bambu do aeroporto. Em hipótese nenhuma vamos tirar o bambu. Em hipótese nenhuma. Aquilo é um cartão postal da nossa Bahia e vai continuar sendo [?]?, disse o gestor estadual em vídeo postado nas redes sociais.

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CONCURSOS FAKES

A gestão municipal na capital baiana apresenta também suas queixas. Um dos casos mais frequentes de fake news envolvendo a esfera é a divulgação de vagas de emprego e concursos falsos. Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Salvador, alguns sites fazem isso porque sabem que é um assusto apelativo, que atrai a atenção da população e que é facilmente compartilhado.

Através de sua assessoria, a Prefeitura informou, ainda, que a busca pelos lucrativos ´cliques? é o maior objetivo desses publicadores de notícias falsas. A gestão municipal afirma que, entre outras ações, busca combater a prática se antecipando a ela: ?observamos quando um boato surge e se ele tem potencial para ganhar alcance. Além disso, é necessário também estar atento para desfazer as falsas notícias quando elas acabam ganhando uma repercussão expressiva, sobretudo em ano de eleição, onde as instituições e os gestores ficam mais suscetíveis a ataques políticos orquestrados por militantes?.

PABLLO VITTAR PARA PRESIDENTE

Porém, no contexto político, os factoides não buscam, sempre, atingir seus opositores. Há aqueles que visam polemizar e gerar desestabilização dentro do cenário. No final do ano passado, por exemplo, após a desistência do apresentador de TV, Luciano Huck, de lançar sua candidatura à presidência da república, um site da internet publicou que a cantora Pabllo Vittar estaria sendo cogitada para concorrer à vaga do executivo nacional. O Aratu Online, no entanto, constatou que a notícia é falsa e foi verificar o impacto que ela causa a algumas pessoas na rua.