MUDANÇAS: Sem desfile de blocos pagos, prefeitura se reinventa na quinta-feira de Carnaval
MUDANÇAS: Sem desfile de blocos pagos, prefeitura se reinventa na quinta-feira de Carnaval
Não é de hoje que a ‘recessão’ acena para o Carnaval de Salvador. Em 2018, mais uma vez, a folia momesca sofrerá uma baixa considerável. Para se ter ideia, nenhum bloco irá desfilar no Circuito Dodô, trecho que liga os bairros Barra e Ondina, na quinta-feira (8/2). Na terça-feira (13/2), por sua vez, só três irão sair: Filhos de Gandhy, Camaleão ? comandado por Bell Marques-, e Largadinho ? de Claudia Leitte.
LEIA MAIS: ANOTE NA AGENDA: Carnaval 2018 terá abertura na Barra e vai movimentar R$1,7 bilhão
Nesse cenário nem um pouco tranquilo, tampouco favorável, é preciso se reinventar. Pois é… a Prefeitura da capital baiana seguiu à risca essa cartilha. No primeiro dia de folia, a gestão municipal mudou para quinta-feira (8/2) a data da edição do Furdunço, inicialmente criado para ocorrer sexta-feira (na Barra) e domingo (Campo Grande). Contudo, o Furdunço que antecede o Carnaval, no domingo (4/2), está mantido.
Não para por aí. A abertura oficial do carnaval de Salvador irá contar com um trio sem cordas da cantora Claudia Leitte e o rapper e produtor norte-americano Pitbull na quinta, às 17h, no Circuito Dodô. Dentre outras novidades da folia momesca 2018, está a Casa Skol, que neste último final de semana, com show de Dan Valente, mostrou que é um espaço democrático de palco tanto pra rua quanto à parte interna da casa. Localizado e instalado num estacionamento na Avenida Oceânica, o espaço recebeu cerca de 1.500 pessoas e mais de 15 mil na área externa.
LEIA MAIS: CARNAVAL 2018: Confira as novidades e as atrações confirmadas para a folia
Apesar de a Central do Carnaval ter registrado alta de 20% na comercialização dos blocos que ainda desfilam no Carnaval de Salvador, a quantidade de agremiações está a cada ano menor. Para o empresário Joaquim Nery o “poder público passa a ter um grande peso que não conseguirá suprir caso a crise se alastre para todos os dias da festa”. Para ele, as altas taxas e a falta de patrocinadores são os maiores causadores desse cenário.
?A crise afetou todos os setores, o Carnaval não ficaria de fora. Blocos que já vinham fragilizados há alguns anos, que se mantinham tentando divulgar artistas, acabaram perdendo força. Se for analisar, perdemos blocos esse ano, mas blocos que não saíram em 2017, estão ressurgindo em 2018, como é o caso do Nana (com Léo Santana)?, ressalta.
O discurso é parecido com o do presidente do Conselho do Carnaval (Comcar), Pedro Costa. Ele, no entanto, vai além. Em sua opinião, não há crise do Carnaval, mas sim do modelo. ?Antigamente, Carnaval era domingo, segunda e terça. Por força do modelo que tínhamos, passou a sair também no sábado, depois sexta e também quinta-feira. Acontece que muitos blocos saíam até cinco vezes, e hoje não têm mais como fazer isso, então os blocos desfilam duas ou três vezes. Somos a única cidade que possui tantos dias de festa na rua?, pontua Costa.
Em sua avaliação sobre a redução de blocos pagos na rua, o presidente da Comcar afirma que o recuo é uma consequência da crise econômica que ainda afeta o país. ?As empresas que controlam os blocos estão se adaptando a nova realidade econômica do Brasil. Todos os segmentos foram atingidos pela crise, com os blocos não seria diferente. Mas posso dizer que quase todos os blocos que desfilavam nos últimos 15 anos estarão desfilando no Carnaval de 2018?, assegura.
Já Isaac Edington, presidente da Saltur, afirma que esse esvaziamento tem obrigado o município a investir em mais atrações independentes, que desfilam sem cordas, e defende o equilíbrio entre bloco, camarote e trios sem corda.
TURISTAS
Apesar de um cenário de mudanças, a expectativa da Saltur é a de que o Carnaval de Salvador deverá atrair cerca de 770 mil turistas para a cidade. Desses, 400 mil oriundos do interior, 300 mil de outros estados (com destaque para Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Sergipe e Minas Gerais) e 70 mil estrangeiros, principalmente argentinos, franceses, chilenos, alemães e uruguaios.
?Os números do setor hoteleiro apontam para uma ocupação 25% superior ao Carnaval de 2017. Sendo bem conservadores, deveremos ter uma ocupação dos leitos acima de 90%?, afirmou o prefeito ACM Neto durante coletiva de imprensa do anúncio do Carnaval.
A movimentação econômica durante a festa na cidade é estimada em R$1,7 bilhão. Durante este período, os turistas nacionais chegam a desembolsar cerca de R$ 5 mil, enquanto que os baianos costumam gastar cerca de R$ 1,7 mil e estrangeiros R$ 3,5 mil. Estes dados são baseados em pesquisa de análise de perfil dos turistas, realizada pela Prefeitura.
PROGRAMAÇÃO (QUINTA – FEIRA)
As atrações do Furdunço no dia 8 são : Santo 7, Jau, Afoxé Kambalagwanze, Duas Medidas, KuqueMalino, Banda Milsinho Veloso, Baianafolia, Peu Baiano e Banda, Pimenta Elétrica, Os Marchistas, Armandinho, Dodô & Osmar, Thomé Viana & Banda Ragga, Ara Ketu, Juan e Ravena, Virgílio, Banda Nave Louca, Alavontê, Mulheres no Poder, Banda AiyéBaiyé, Welington Pacheco, Julio Caldas, Maglore, Bonneco, Banda Outros Baianos e Marquinhos Café.
LEIA MAIS: CARNAVAL 2018: Claudinha e Pitbull abrem oficialmente a folia e Furdunço ganha mais um dia
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuonline.com.br/aovivo e no facebook.com/aratuonline