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CONEXÃO BÉLGICA: Em 11 meses, são apreendidos R$ 234 mi em cocaína no Porto de Salvador

CONEXÃO BÉLGICA: Em 11 meses, são apreendidos R$ 234 mi em cocaína no Porto de Salvador

Por Diego Adans

CONEXÃO BÉLGICA: Em 11 meses, são apreendidos R$ 234 mi em cocaína no Porto de Salvadordivulgação / Codeba

Historicamente, Salvador ficou conhecida mundo a fora pela sua beleza, pela fama de cidade hospitaleira e por sediar o verdadeiro Axé. O município é uma espécie de “capital da alegria”. Porém, nos últimos meses, outra alcunha, desta vez nada agradável, tem tomado espaço: a cidade que está na rota do tráfico internacional de drogas.


Os números reverberam a afirmação. Somente neste ano, mais de duas toneladas de cocaína foram apreendidas no porto de Salvador. Em sua maioria, o destino final seria a Bélgica. Segundo o auditor-fiscal e superintendente adjunto da Receita Federal na 5ª Região, Ricardo Machado, a rota de navios mais usual de saída de Salvador é justamente para Antuérpia, um dos portos do país localizado na Europa ocidental.


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“Pelo fato de ser um grande porto de chegada e distribuição de cargas destinadas a diferentes países da Europa”, ressalta Machado. Segundo ele, as toneladas de cocaína apreendidas resultaram num prejuízo elevado às organizações criminosas. “Cerca de R$234,8 milhões”, aponta.


Segundo relatório da International Narcotics Control Board (INCB), da Organização das Nações Unidas (ONU), nos último anos, o Brasil tem sido o principal corredor de cocaína dos Andes para a Europa.


?O Brasil, com suas extensas fronteiras terrestres com todos os três principais países produtores de cocaína (Peru, Bolívia e Colômbia) e um litoral extenso, além de ser um  destino para grandes quantidades de cocaína, também oferece fácil acesso ao oceano Atlântico para exportar drogas para a África Ocidental e Central e de lá seguir para a Europa e outros países?, diz o relatório da entidade.


Ricardo Machado acrescenta ainda que, por esse fato, “a droga alcança um alto valor”. Para se ter uma ideia, de acordo com  da agência da ONU de 2016, o quilo de cocaína que custava em média cerca 8,5 mil euros no Brasil, chega à Alemanha, por exemplo, a 90 mil euros, dependendo da pureza.


Geralmente, as cargas de droga entram no país pelas fronteiras nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por meio de pequenos aviões, veículos (carros e caminhões) e posteriormente são embarcadas em portos brasileiros. Em Salvadorr, a técnica criminosa mais utilizada é a conhecida por rip-off loading. Ou seja, quando a droga é inserida em uma carga regular, sem o conhecimento do proprietário.


Para evitar esse comércio, o superintendente adjunto da Receita Federal ressalta a importância de um trabalho conjunto. “O movimento de droga tem aumentado e a gente tem que passar a agir de forma mais proativa. O sucesso das operações vem do trabalho de inteligência realizado entre Polícia Federal e Receita Federal, que estão mapeando cargas de maior risco”, detalha.


CRONOLOGIA


NOVEMBRO


Ação conjunta da Receita e Polícia Federal resultou na apreensão de mais de 500 kg de cocaína no Porto de Salvador


A exatos cinco dias, na quinta-feira (16/11), a Receita Federal, com apoio do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) da Polícia Federal, localizou 19 bolsas com 541,5 kg de cocaína no porto de Salvador.


O navio onde a droga estava chegou ao Brasil pelo porto de Rio Grande (RS) e, antes de Salvador, passou pelos portos de Navegantes, Paranaguá, Santos e Rio de Janeiro. As bolsas estavam dentro de um carregamento de madeira, que tinha como destino final o porto de Antuérpia, na Bélgica.


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AGOSTO


No dia 8, foram encontradas 15 bolsas com 441 kg de cocaína. Mais uma vez, o jeito de a quadrilha trabalhar foi por meio do  rip-off loading. Os narcóticos foram escondidos dentro de um carregamento de madeira, que tinha como destino final novamente o porto de Antuérpia.


O navio em que foi localizada a droga saiu do porto de Paranaguá (PR) e, antes de Salvador, passou pelos portos de Navegantes, Santos e Rio de Janeiro. Na época, o total de cocaína apreendida no porto já superava os 1,5 tonelada.


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JULHO


Durante às abordagens e fiscalizações nos navios, a Receita Federal utiliza cachorros, que, também, auxiliam nas buscas das drogas


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Em plena madrugada de um domingo, dia 16, agentes da Receita Federal apreenderam seis mochilas contendo 218,5 quilos de cocaína. Desta vez, o material estava dentro de um carregamento de piso. O destino, no entanto, não seria, num primeiro momento, a Bélgica. Até então, o destino final era porto de Manaus.


MAIO


Quase 280 kg  de cocaína armazenados em dez sacolas foram apreendidos durante operação conjunta da Alfândega da Receita Federal com o Núcleo Especial de Polícia Marítima da Polícia Federal. A droga, que, ao todo pesava 279,5 kg seria enviada para o porto de Antuérpia, na Bélgica, e seria exportada junto a um carregamento de borracha. A ação aconteceu no dia 9.


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MARÇO


O procedimento das organizações criminosas é o mesmo: coloca as drogas em malas e ‘esconde’ no meio dos carregamentos


A segunda maior apreensão no ano ocorreu no dia 21 de março. Na época, a Alfândega da Receita Federal do porto de Salvador encontrou 20 de bolsas com aproximadamente 560kg de cocaína em um navio que havia atracado na capital baiana. As bolsas estavam dentro de um carregamento de pedra.


Novamente, o destino final seria o porto Antuérpia, na Europa. Na ocasião, as equipes de Vigilância e Controle Aduaneiro e de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal realizavam um intenso monitoramento dos embarques e descargas no Porto de Salvador.


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*Publicada originalmente às 6h


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