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FINADOS: Baianos enfrentam dificuldades para conseguir enterrar entes em cemitérios públicos

FINADOS: Baianos enfrentam dificuldades para conseguir enterrar entes em cemitérios públicos

Por Cris Almeida

FINADOS: Baianos enfrentam dificuldades para conseguir enterrar entes em cemitérios públicosReprodução

Além da dor da perda, a família de Reinaldo Lima dos Reis, de 20 anos, teve ainda que administrar obstáculos para conseguir enterrar o ente que morreu afogado, no bairro de Amaralina, no mês passado. “O corpo dele foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) e ficamos sem saber para onde mandar, porque o cemitério ainda não havia liberado o enterro”, conta a irmã do jovem, Maricleide dos Reis.


No total, sete cemitérios da capital baiana são administrados pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop): Pirajá, Plataforma, Periperi, Paripe, Brotas, Itapuã e Ilha de Maré. Além de mais três, localizados na ilha: Bom Jesus dos Passos, Paramana e Ponta de Nossa Senhora.


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De acordo com a Semop, o que dificulta os trâmites dos enterros é o aumento na demanda. Em 2013 foram 3.735 sepultamentos; Até 2016, o número de funerais chegou a 5.217, ou seja, um aumento de 40%. Já em 2017, foram mais de 2.800 enterros nos cemitérios municipais, além de 170 cremações das 730 disponibilizadas por ano.


Ainda de acordo com o órgão, há uma previsão de vagas feita de setembro a dezembro, baseada nos sepultamentos realizados há três anos, em cada unidade. Serão, portanto, mais de 1.800 vagas, distribuídas entre: Plataforma (615), Brotas (496), Periperi (227), Paripe (186), Itapuã (180) e Pirajá (171). “As vagas serão disponibilizadas a partir da desocupação das covas vencidas”, informou a secretaria através de nota.


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Na última sexta-feira (27/10), porém, foi assinada, pelo secretário da Semop, Marcus Vinícius Passos, uma ordem de serviço para começo imediato das obras de construção de mais 440 gavetas nos cemitérios de Plataforma (216), Itapuã (96) e Brotas (128).


A vencedora da licitação na modalidade pregão eletrônico, Jauá Construções Eireli – EPP,  deverá concluir as obras em até três meses, e o investimento é de R$ 361 mil,  integralmente disponibilizados pelo município.


Sobre a média de tempo para sepultamento, a Semop disse que as vagas são disponibilizadas pela central, mas “em alguns casos os familiares querem sepultar no cemitério próximo de onde moram, o que nem sempre é possível”.


Demora


Após passar meses internado lutando contra cirrose, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Hospital Roberto Santos, Celino Francisco Sampaio só foi enterrado quase uma semana após o óbito. “A gente ia passar a missa de 7º dia enterrando ele, praticamente. A espera é ainda mais dolorosa nessa situação, porque a gente não consegue nem entrar em luto, precisa ficar em cima deles”, afirma Milena Santos, companheira de Celino.


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A auxiliar administrativa Greice Costa teve que lidar com situação parecida há pouco mais de dois meses. Ao tentar uma vaga no cemitério de Brotas para enterrar a mãe, Greice precisou achar um local para deixar o corpo, já que a vaga ainda não havia sido liberada. ?Tivemos que insistir para que a funerária abrigasse o corpo dela enquanto não conseguíamos a liberação?, relata.


Um dos mais procurados, o Cemitério Quinta dos Lázaros vem registrando crescente aumento na procura. Do espaço total, mais de 19 mil metros quadrados são de construção que abrigam a administração, ossuários, igreja e sala de pesquisas. Já a área de covas rasas são destinadas apenas à população considerada pobre e indigente, sendo de responsabilidade da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).


Histórico


No último dia 22 de setembro, o drama vivido pela família de Reinaldo, citado no início desta matéria, foi contado no Aratu Notícias – AN, da TV Aratu, bem como a situação da falta de vagas nos cemitérios municipais.


Confira abaixo na reportagem de Daniela Mazzei:



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*Publicada originalmente às 22h25 (2/11)


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