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TRAGÉDIA NO MAR: Como ficou a rotina de quem precisa realizar a travessia diariamente?

TRAGÉDIA NO MAR: Como ficou a rotina de quem precisa realizar a travessia diariamente?

Por Da Redação

TRAGÉDIA NO MAR: Como ficou a rotina de quem precisa realizar a travessia diariamente?Divulgação/ SSP

Uma semana depois do acidente envolvendo a embarcação Cavalo Marinho I, que naufragou na última quinta-feira (24/8), na Baía de Todos-os-Santos, com 124 pessoas a bordo, os moradores dos municípios de Itaparica e Vera Cruz tentam se recuperar da tragédia.


O momento também reacendeu a discussão sobre as condições da travessia feita diariamente por diversos moradores da Ilha que trabalham, estudam e precisam realizar atividades em Salvador. Nesta terça-feira (29/8), o Ministério Público Estadual (MP-BA) pediu a suspensão temporária do serviço de transporte marítimo de passageiros entre os municípios de Salvador e Vera Cruz, realizado pelas empresas CL Empreendimentos Ltda. e Vera Cruz Ltda.


Solicitada em caráter de urgência, a suspensão é desdobramento de uma ação civil pública de 2014, no qual o MP-BA já alertava sobre as condições de precariedade do transporte. Do outro lado, as reações também são semelhantes. Na segunda-feira (28/8) moradores de Mar Grande realizaram um protesto em frente ao Terminal de Vera Cruz solicitando melhores condições de segurança na travessia.


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MEDO E REVOLTA


O acidente, que deixou 19 vítimas fatais até o momento, mexeu com a população da Ilha de Itaparica, que agora convive com o medo e a tristeza. A reabertura do serviço de travessia por lancha e a falta de assistência às famílias das vítimas revoltam o morador Sandro Santana, que acredita que o serviço só deveria ser retomado após a conclusão das investigações. “O medo de todos é constante. Infelizmente, o mais fraco é que sobrou, porque a travessia no Terminal Marítimo não deveria ter sido aberta. A gente se virava, ia pelo ferry, mas só era pra ter aberto depois que concretizassem as investigações”, pontua.


Uma das sobreviventes do desastre da última quinta-feira também se sente desamparada e com medo de realizar a travessia. Morenita Pereira trabalha em Pernambués, e desde o acidente, não retornou a Salvador. Ainda muito abalada, a diarista não conseguiu se recuperar do susto e não sabe como conseguirá fazer a travessia após o episódio fatídico em que teve que lutar para sobreviver. “Ainda tenho pesadelos. Essa noite eu sonhei que estava dentro da água me afogando de novo”, revela.


ALTERNATIVA


O taxista Erivaldo Oliveira, morador da Ilha de Itaparica, é mais uma das vítimas da Cavalo Marinho I que conseguiu sobreviver e revela que o acidente mudou a rotina de toda a família que, após a tragédia, passou a utilizar o serviço de ferry-boat para chegar à capital baiana. “Eu fui para Salvador dar entrada nos meus documentos. Minha esposa estuda em Salvador e está indo de ferry. Ela não tem coragem de pegar a lancha”, afirma.


Em nota enviada ao Aratu Online, a administração da Internacional Travessias informa que o serviço não sofreu alterações desde o acidente. “A programação do ferry não sofreu alteração nos últimos dias, seja com o reforço de mais embarcações, seja com incremento de horas extras. Embora a empresa tenha percebido movimento decorrente de usuários das lanchinhas nos últimos dias, no conjunto, o fluxo ainda está abaixo da capacidade da frota”


DESCONFIANÇA 


As medidas protetivas adotadas pela administração da travessia por lancha não convenceram o inspetor de equipamentos, Sandro Santana. Segundo ele, foram colocados em cada embarcação duas pessoas nativas da Ilha vestindo a camisa da empresa para fazer o papel de salva-vidas. “São pessoas que não tem cursos, isso eu posso afirmar. A televisão vai para fazer filmagem e eles precisam mostrar o que tem lá no barco, mas o que eles fizeram todo mundo faz. A tristeza ainda é constante”.


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*Publicado originalmente às 6h00 (31/8)


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