RITMO LATINO: Saiba qual o estilo musical tem feito a cabeça dos artistas baianos

A versatilidade do povo brasileiro é um dos motivos pelos quais damos tanto espaço à variedade musical que vemos nos dias atuais. Além do samba, axé, pagode, sertanejo, arrocha e funk, o ritmo latino tem conquistado cada vez mais espaço nas rádios e festas por todo o país.

Recentemente, vimos o sucesso repentino da música ?Despacito?, do cantor porto-riquenho Luis Fonsi, que teve força após cair no gosto do público e também ganhar coreografias de grupos populares de dança, como FitDance, por exemplo.

No Brasil, quem também já se rendeu a esse gênero foi a cantora de axé Claudia Leitte, com canções como ?Taquitá? e ?Baldin de Gelo?, e a dupla sertaneja Simone  e Simaria, através da música ?Loka?. Além delas, Anitta também fez trabalhos latinos com os hits “Sua Cara”, com participação de Pablo Vittar, e “Sim ou Não”, que tem Maluma como parceiro da canção.

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Para o cantor e compositor André Caldeira, 34 anos, que é graduando no curso de canto pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), esse verdadeiro mix acontece porque no Brasil é comum o público ser levado pelas influências que temos dos artistas estrangeiros.

?Eu comecei a ouvir música cantada em espanhol por artistas como Shakira, Laura Pausin. Elas entraram no Brasil por conta da música latina e isso sempre me excitou por conta do idioma, o sotaque, além do romantismo que elas trazem?, disse André, que se declarou fãs das artistas.

Ainda segundo Caldeira, a Bahia é um estado plural, que tem uma característica musical forte, tanto pela ancestralidade, quanto por saber receber bem outros segmentos e agregar tudo isso numa mistura de ritmos.

?A gente tem uma base rítmica e percussiva muito forte, para muitos estilos que nascem aqui. Apesar disso, fico triste porque apenas um estilo acaba sendo evidenciado?, reflete.

Nas apresentações, André busca trazer um pouco de tudo para agradar o público. No entanto, ele revela que faz questão de dar espaço à cultura baiana, respeitando a raiz e origem musical.

A publicitária Itatiaia Fernandes, de 30 anos, é daquele tipo de baiana que adora as músicas locais e faz questão de acompanhar todas tendências . Ela conta que, entre suas amigas, foi a primeira a ouvir e acompanhar essa levada do  reggaeton.

?Eu gosto desse estilo porque é impossível ficar parado escutando a jinga latina. Gosto das misturas de swingues nas musicas, do molejo da dança e do carisma desses artistas?, disse.

Já a cantora gospel Jessica Lopes revela que o ritmo envolvente faz com que o público crie uma relação afetiva com as canções. Para ela, esse é o motivo dos artistas brasileiros estarem cada vez mais investindo nesse segmento. ?Essa aceitação nacional aqueceu o mercado e os empresários estão atentos a isso. Eles aproveitaram o momento para apostar em canções com refrão chiclete e coreografias fáceis?, contou. Será essa a receita para o sucesso?

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*Publicado originalmente às 6h (16/8)