MUDOU: Ex-picolé de chuchu, Rui Costa busca simpatia e até morde picolé em visita ao centro de Salvador

O governador Rui Costa (PT) tem se esforçado para demonstrar uma simpatia além do habitual. A proximidade da campanha de 2018, com chances de um embate ríspido com ACM Neto (DEM), despertou no petista um carisma nunca antes notado em seus anos de atuação política.

Mais reservado, o governador tem se aventurado no campo do afeto público — tudo registrado, claro, em suas redes sociais. Flagrado (com consentimento) em momentos de maior intimidade, Rui já apareceu brincando com suas filhas numa caixa de papelão e, nesta quarta-feira (19/7), visitou o centro de Salvador e chupou um picolé.

A cena está em seu twitter (@costa_rui). O governador entra no estabelecimento e alguém oferece: “vai num picolézinho?”. Ele diz: “Bora. Tem coco?”. O vendedor estende um de chocolate com amendoim.

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Rui retruca. “Chocolate engorda”. A claque ri. Ele insiste num de coco. Enquanto estica a embalagem rompendo o vácuo da conserva, brinca: “ô Zé Neto pague aí, faça o favor”. Zé Neto é deputado estadual pelo PT, com base política na região de Feira de Santana. Rui abre a embalagem e — não chupa — morde o primeiro pedaço. O vídeo acaba.

O simples diálogo mostra um Rui Costa mais solto, espontâneo. Hoje se assemelha muito mais aos discípulos que rezam na cartilha do populismo-carismático brasileiro (Lula, Jango, Jânio, Getúlio Vargas) do que, como antes parecia, um legítimo “picolé de chuchu”.

Tal termo batizou o atual governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), durante a disputa presidencial de 2006. Fazia referência jocosa a um político sem sal, sem vibração e desprovido de vocação popular.

Nos primeiros anos de sua administração, Rui chegou a admitir que tinha um perfil menos político que seu antecessor e padrinho, Jaques Wagner (PT). Dizia que compensava com um olhar mais administrativo e obsessão no trabalho bem executado (criou a #RuiCorreria para demonstrar a intensidade das suas ações).

Célebre frasista, Nelson Rodrigues dizia que “sem paixão não dá pra chupar nem um picolé”.

Numa rápida atualização, onde está escrito paixão pode-se ler “apetite político”.

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