TERROR NAS ALTURAS: Salvador registra nove homicídios em quatro passarelas em 20 meses
TERROR NAS ALTURAS: Salvador registra nove homicídios em quatro passarelas em 20 meses
A morte de duas pessoas na passarela que liga o Shopping da Bahia ao Terminal Rodoviário de Salvador no intervalo de dois dias trouxe à tona um grave problema: o perigo de usar essas estruturas na capital baiana. Segundo dados levantados pelo Aratu Online, em 20 meses foram registrados nove homicídios e uma tentativa em quatro passarelas soteropolitanas.
Os números foram contabilizados entre setembro de 2015 – mês que um policial militar foi assassinado – e maio de 2017 em quatro passarelas. Curiosamente, todas elas ficam sobre as avenidas mais movimentadas de Salvador (Antônio Carlos Magalhães, Luís Viana e Mário Leal Ferreira).
Os assassinatos registrados nos dias 3 e 5 de maio foram praticados pelo mesmo suspeito: Ednaldo dos Reis Mercês, o ?Batoré?. A primeira vítima ainda não foi identificada, mas o acusado confessou, após ser preso, que deu várias pauladas no homem porque ele estava praticando assaltos no local. A outra morte foi de Lucigleide Maciel de Jesus, de 48 anos. “Batoré” disse que vingou a morte de seus dois irmãos quando a vítima se envolveu com um traficante.
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No intervalo de 20 meses, a popular “Passarela do Iguatemi” foi palco de outras duas mortes. A primeira delas vitimou um adolescente de 16 anos. Era noite de 11 de novembro de 2016 quando o jovem se envolveu em uma briga com uma dupla que acabou cometendo o crime. Dois meses mais tarde, em 17 de janeiro, o marinheiro Marcos Paulo Lira Nunes foi morto a facadas. A polícia informou, na oportunidade, que a motivação do ataque foi passional.
As passarelas da Avenida Mário Leal (Bonocô), por sua vez, registraram três homicídios neste mesmo período. Duas vítimas eram mototaxistas. A primeira, Edson de Jesus Santos, 43 anos, estava lendo jornal no dia 23 de dezembro de 2015 quando foi morto a tiros. O outro assassinato aconteceu exatos oito meses depois e vitimou Carlos dos Santos Cardoso, 25. Ele estava nas proximidades da Baixa do Tubo, em agosto de 2016, quando foi surpreendido.
No intervalo entre os crimes na mesma Avenida, em outubro, aconteceu outro caso. Os irmãos André Luís Sena Venceslau, 32 anos, e Ícaro César de Sena Silva, 20, foram atingidos diversas vezes por homens que chegaram em um carro. André morreu na hora, enquanto Ícaro foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE).
Já na Paralela foi computado o latrocínio – roubo com morte – que ganhou mais repercussão. O cabo da Polícia Militar, Arivaldo das Neves Santana, saía da Faculdade Unijorge, em setembro de 2015, quando foi abordado por bandidos. Ele reagiu, foi baleado e não resistiu. Na oportunidade, outro estudante também foi atingido.
AÇÃO POLICIAL
A titular da 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba), Maria Selma Lima, é responsável por investigar os crimes (exceto assassinatos) na passarela que liga o shopping à rodoviária. Para ela, o problema está na legislação. “Ela é muito frouxa. Quase todos os dias prendemos assaltantes que acabam, boa parte, soltos”, resume.
Procurado pela reportagem do Aratu Online, o comandante da 35ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Iguatemi), major Robson de Oliveira, informou que um ofício já foi encaminhado ao seu superior para reforçar o policiamento naquela área específica da Avenida ACM.
Por meio de nota, a PM informou que as viaturas ficam em rondas e paradas em horários estratégicos nos acessos às passarelas. No caso da estrutura que liga o Shopping da Bahia à Rodoviária, a corporação disse que o policiamento é montado de acordo com o fluxo de pessoas, os delitos registrados em delegacias e horários desses registros.
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