JÚRI POPULAR: ?São 5.857 dias esperando por justiça?, desabafa pai de Lucas Terra
JÚRI POPULAR: ?São 5.857 dias esperando por justiça?, desabafa pai de Lucas Terra
A vida do casal José Carlos Terra e Marion Terra mudou completamente desde o dia 21 de março de 2001, quando o filho deles, Lucas, foi estuprado, torturado e queimado vivo aos 14 anos de idade. Na última quarta-feira (5/4) o ministro Félix Fischer, membro da 5ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, decidiu que os ex-bispos da Igreja Universal Fernando Aparecido e Joel Miranda, acusados de envolvimento no crime, vão a júri popular.
?O sentimento é de que a justiça será feita. São 16 anos de luta e de lágrimas, esperando por isso. Hoje completa 5.857 dias, 140.144 horas que o meu filho foi assassinado. Lucas não volta mais, mas queremos que a justiça seja feita?, desabafa Carlos Terra.
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A guinada provocada por uma tragédia dessa magnitude fez com que a vida de Carlos também mudasse. Não só na forma de enxergar o mundo, de sentir e valorizar as coisas ao seu redor, mas também objetivamente. Após a morte do filho, ele resolveu cursar direito para entender, nos detalhes da lei, tudo o que poderia ser feito para punir os culpados.
?Minha ideia era exatamente saber o que estava se passando. Mesmo antes de começar a estudar verdadeiramente, eu vivia na biblioteca da OAB. Queria entender a razão para tantos recursos, a justificativa para que os assassinos tivessem tantas possibilidades de fuga. Hoje, eu domino o tema muito bem?, explica.
E é esse conhecimento, além da esperança de que essa história trágica tenha um ponto final, que faz com que Carlos acredite que os ex-bispos serão condenados. ?Não tem como escapar. Eles são pedófilos e assassinos! Eles têm que pagar!?.
Nesta quinta-feira (6/4), os pais de Lucas Terra estiveram na sede do Tribunal de Justiça da Bahia, no CAB, para pressionar pela definição da data do julgamento. ?Dr.Daniel Keller, nosso advogado, entrou com uma petição solicitando a marcação. Hoje, ainda não temos uma data definida, mas a expectativa é que aconteça ainda este ano?.
A finalização do júri popular deve ser o capítulo final de umas das mais sombrias histórias registradas pela justiça baiana e deve trazer um pouco de paz para Carlos, sua família, parentes e amigos. ?O luto não acaba nunca. Vivemos em luto há 16 anos?.
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*Publicada originalmente às 15h39