NO ALVO: Por mercado clandestino de armas, quadrilhas se especializam em roubo a seguranças
NO ALVO: Por mercado clandestino de armas, quadrilhas se especializam em roubo a seguranças
A ação é sempre parecida. Uma quadrilha fortemente armada chega, rende os vigilantes, rouba armas e coletes à prova de bala. Esse tipo de crime organizado tem aumentado em Salvador e já preocupa as Polícias Federal e Civil. Do início de 2017 até o final de março foram registrados seis casos, sendo cinco apenas no último mês.
A única investida que fugiu à regra aconteceu em fevereiro. Criminosos surpreenderam um grupo de vigilantes em um condomínio de luxo na Avenida Paralela e levaram dois revólveres calibre 38, além de dois coletes. Os demais assaltos aconteceram entre os dias 4 e 26 de março.
No dia 4 de março, bandidos renderam seguranças da obra do metrô no Retiro e levaram quatro armas, todas calibre 38. O outro crime de grande repercussão aconteceu dentro de uma delicatessen no bairro nobre do Horto Florestal. Uma quadrilha invadiu o estabelecimento que estava cheio, roubou os clientes e também vigilantes. Naquela ocasião, foram levados dois revólveres, dois coletes e ainda um par de rádios comunicadores.
LEIA MAIS: CANTEIRO DE OBRAS: Câmeras flagram roubo de armas de vigilantes no Retiro; Veja vídeos
LEIA MAIS: NA COLA: Polícia apreende um dos veículos usados em assalto no Horto Florestal; Suspeito é preso
Veja a ação da quadrilha nas obras do metrô flagradas por uma câmera:
O crescimento deste tipo de ataque já é sabido pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR). A titular da unidade, Carla Ramos, descarta a possibilidade de apenas uma quadrilha estar por trás dos delitos. “Nós estamos investigando para solucionar os casos. Já sabemos que, em alguns casos, eles [bandidos] agem diferente. Por exemplo, a ação no metrô não foi semelhante à registrada no Horto Florestal”, pontua.
O presidente do Sindicato dos Vigilantes da Bahia (Sindvigilantes), José Boaventura, também admite que há aumento nos roubos à seguranças. “Há pelo menos três tipos de ataques à categoria: os crimes contra as empresas de valores; ataques nas companhias que têm armas e ataque aos postos de trabalho. Na Bahia, recentemente, não temos registro dos dois primeiros. Já na última modalidade tem tido realmente um incremento”, conta.
MOTIVAÇÕES
Tanto a delegada quanto o sindicalista acreditam que os roubos contra os seguranças podem ter relação com o abastecimento do mercado clandestino de revólveres. “O foco é a arma. A Polícia Federal já sabe desse tipo de crime e criou, em Brasília, um grupo para investigar as ações”, pontua Boaventura.
Ele acrescenta ainda que esta modalidade não é exclusiva de Salvador e acontece em várias partes do país. Por isso já foi criado um núcleo na PF para investigar os crimes. “Todos, incluindo empresas e governo, estão debruçados neste tema”, finaliza o presidente do Sindivigilantes.
Para investigar as motivações e localizar os bandos, as polícias agem em conjunto. “Houve uma ação no Hospital das Clínicas onde armas e coletes foram levados. Neste caso especificamente, a PF trabalha em conjunto conosco aqui da unidade”, pontua a titular da DRFR.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuonline.com.br/aovivo, na página facebook.com/aratuonline e também pelo youtube.com/portalaratuonline.