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MENOS UM ETERNO: Com desistência de Nilo, Bahia perde ‘vitalício’, mas ainda existem outros

MENOS UM ETERNO: Com desistência de Nilo, Bahia perde ‘vitalício’, mas ainda existem outros

Por André Uzêda

MENOS UM ETERNO: Com desistência de Nilo, Bahia perde ‘vitalício’, mas ainda existem outrosReprodução Aratu Online

Dez anos como presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, às vésperas de uma nova eleição, Marcelo Nilo (PSL) desistiu na última terça-feira (31/1) de tentar renovar seu cargo. Ao perceber que não teria os votos suficientes para um novo mandato apresentou — sem esconder a contrariedade — a renúncia ao pleito.


Finaliza assim, de forma melancólica, sua condição de ‘eterno’ em um cargo de representatividade na Bahia. O estado, aliás, de forma atávica, possui tradição em imortalizar figuras em altos postos. Eles subvertem o caráter transitório do mandato que ocupam, confundem a temporalidade a ponto de provocar uma amnésia sobre a identidade dos seus antecessores e puxam para si o protagonismo (e a narrativa) de instituições das quais deveriam constar apenas como notas de rodapé.


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Entre os historiadores, a existência da rica e próspera civilização egípcia, encravada em um deserto inóspito, é explicada por um ditado de fácil decodificação:”o Egito é uma dádiva do Nilo”. Graças às cheias do rio Nilo, as margens se tornam férteis possibilitando o acúmulo de água e desenvolvimento da agricultura — e, por conseguinte, o florescimento de um grande povoamento.


Subvertendo o adágio histórico, até ontem, era possível dizer que o poder de (Marcelo) Nilo era uma dádiva da Assembleia. Em dez anos, o deputado se tornou campeão de votos no estado, estendeu seu poder de barganha a paragens nunca dantes imaginadas chegando até a figurar no panteão dos pré-candidatos ao governo do Bahia na última eleição.


Mais até do que um aspecto a ser comemorado, o fim da ‘Era Nilo’ evidencia a existência de outros eternos que jogam com o esquecimento da opinião pública para perpetuar no poder. Entre Nilos e dádivas, múmias prosperam.


As pirâmides, no entanto, tendem a ruir.


O Aratu Online listou alguns eternos que continuam a governar na Bahia.


Veja lista:


1 – Ednaldo Rodrigues


 


A serenidade no olhar de quem tem 16 anos no cargo de presidente da FBF


Presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF) desde 2001, Ednaldo Rodrigues está no cargo há 16 anos e tem mandato até 2018. Vence, constantemente, eleições por aclamação sem concorrentes que possam destroná-lo. Durante seu tempo de mandato, jamais um clube baiano do interior conseguiu subir de divisão. Atualmente, a FBF é apenas a 9ª no ranking das federações da CBF — está atrás da goiana, pernambucana e catarinense, por exemplo.


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2 – Agnaldo Silva


Ajayô: Agnaldo Silva tem quase 20 anos comandando o Gandhy


Presidente dos Filhos do Gandhy há 21 anos, Agnaldo Silva praticamente virou ‘dono’ de um dos afoxés mais importantes do Carnaval da Bahia. Felizmente, porém, deve deixar o cargo este ano, quando ocorre eleição para o próximo quadriênio e ele não disputa. Apesar disso, apoia um dos candidatos.


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3- Alfredo Mangueira e Odiosvaldo Vigas


Alfredo Mangueira vai completar 28 anos como vereador


Esses dois vereadores de Salvador foram reeleitos em outubro do ano passado para o sétimo mandato consecutivo — a primeira vez que ganharam cadeira na Câmara foi em 1992. Até 2018 terão completado 28 anos no poder. Alfredo Mangueira é do PMDB e Odiosvaldo Vigas do PDT.


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Odiosvaldo Vigas tem o mesmo tempo no cargo


 


4 – Juthay Júnior


Jutahy é deputado federal desde 1983… e nunca mais saiu


Juthay Júnior (PSDB) é deputado federal desde 1983, ou seja há 34 anos. Esteve presente nas eleições para as Diretas Já, em 1984 (votou contra), na Constituinte e em todas as decisões importantes do Congresso desde então (impeachment de Collor e Dilma, aprovação da reeleição de FHC etc).


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 5 – Fernando Gomes


Fernando Gomes é prefeito de Itabuna pela quinta vez


O prefeito de Itabuna, Fernando Gomes (DEM), assumiu em 1º de janeiro o controle do município no sul do estado pela quinta vez.


Aos 77 anos, Gomes é um dos mais longevos prefeitos no cargo. E há quem diga que ele tem fôlego para ainda mais tempo.


Ele foi prefeito pela primeira vez prefeito de Itabuna em 1977. Ou seja, faz exatos 40 anos.



 


 


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