ILHA DO MEDO: Índice de homicídio em Itaparica dispara no verão e assusta veranistas e nativos
ILHA DO MEDO: Índice de homicídio em Itaparica dispara no verão e assusta veranistas e nativos
Sol, praia e muita diversão. Quem sai de Salvador e do interior da Bahia com destino às ilhas da Baía de Todos os Santos buscam, basicamente, estes três “ingredientes” para o merecido descanso. Porém, o que os turistas não esperam mas são obrigados a conviver são os índices de criminalidade que aumentam consideravelmente no verão.
E 2017 tem sido mais violento. Entre o dia 21 de dezembro de 2016, início da estação mais quente do ano, e 16 de janeiro, foram registrados oito homicídios somente em Itaparica e Vera Cruz. No mesmo período do ano passado, segundo o Boletim da Secretaria da Segurança Pública (SSP), apenas uma morte violenta aconteceu.
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Quem é nativo do local reclama da falta de segurança e relata que o problema é recorrente. “Os crimes têm acontecido bastante. A ilha mudou muito de uns tempos para cá. Quase toda semana somos obrigados a conviver com os assaltos. Ontem à noite [domingo], por exemplo, um conhecido da igreja foi roubado na porta de casa quando desembarcava de seu carro”, conta uma moradora de Itaparica que prefere não se identificar.
Segundo ela, no inverno, as ações mudam e os roubos não diminuem. “Nesse período quando as casas dos veranistas estão fechadas, eles arrombam as residências quase que diariamente”, frisa.
“FORMIGUINHA”
O esquema de segurança nas ilhas da Baía contam com duas delegacias, a 19ª e 24ª DTs, além de uma Companhia Independente da Polícia Militar, 5ª CIPM. Tanto a Polícia Civil quanto a Militar são unanimes ao reconhecer que os índices de criminalidade durante o verão aumentam consideravelmente em suas áreas de atuação.
O titular da 19ª delegacia (Itaparica), Lúcio Ubiracê, revela que a chegada de criminosos de outras regiões da Bahia colaboram para o problema. “A população de Itaparica é estimada em 19 mil pessoas. Durante o verão temos aqui quase 30 mil. Os assassinatos têm relação com isso pois os grupos criminosos se encontram e há o confronto”, diz.
Ubiracê conta que houve também denúncias de assaltos a veleiros. Ele acredita que o número caía após a prisão de uma quadrilha. “São criminosos que invadiam os barcos e roubavam comida, celulares e relógios. Nós conseguimos prender dois deles e apreender dois adolescentes. As prisões dos maiores de idade já foram autorizadas”, comemora.
Já o delegado Geovani Paranhos, responsável pela 24ª DT, diz que foram registrados três homicídios em Vera Cruz desde o início do ano e a motivação quase sempre é ligada ao tráfico de drogas. “No dia 31 de dezembro houve um crime entre traficantes, porém a motivação foi uma briga depois um esmurrou o outro”, frisa.
O policial também reconhece a ação dos criminosos contra os turistas e dá uma dica para evitar assaltos. “A ostentação, seja de celulares ou relógio, chama a bandidagem”, conta ao lembrar que o efetivo da Polícia Civil é baixo para cobrir toda a área que a 24ª Delegacia Territorial cobre.
A PM também reconhece o aumento dos assaltos na região. O subcomandante da 5ª CIPM, capitão Márcio de Alcântara, diz que a unidade está realizando a “Operação Verão”, com incremento de mais agentes nas praias. “O problema é a grande demanda. O público aumenta e os crimes, em consequência, também, diz.
A polícia diz que a ação conta com militares a bordo de quadriciclos e viaturas. “A Rondesp RMS [Rondas Especiais] presta apoio também, além da Polícia Rodoviária Estadual com emprego das unidades na BA-001”, diz.
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*Publicada originalmente às 6h.