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“PLENÁRIO DO AMÉM?”: Um perfil da nova Câmara Municipal de Salvador e do seu novo presidente

“PLENÁRIO DO AMÉM?”: Um perfil da nova Câmara Municipal de Salvador e do seu novo presidente

Por Cris Almeida

“PLENÁRIO DO AMÉM?”: Um perfil da nova Câmara Municipal de Salvador e do seu novo presidenteReprodução

O verde das paredes do plenário da Câmara de Salvador se tornou azul depois da última segunda-feira (2/1), segundo dia de 2017 e primeiro de trabalho dos parlamentares eleitos para compor a Casa legislativa pelos próximos quatro anos. Isto porque, dos 43 vereadores eleitos, 31 são da base do prefeito ACM Neto. E seu partido, o Democratas, adota a cor azul como marca para identificar a sigla. A oposição ficou reduzida a apenas 12 cadeiras na Câmara.


A sessão que deu a Léo Prates (DEM) a condição de presidente do legislativo municipal foi só uma pequena demonstração de como será o mandato do parlamentar. Considerado o presidente mais novo dos últimos tempos, com 38 anos, a principal diferença entre ele e seu antecessor, Paulo Câmara (PSDB), 44, não é a idade.


Formado em engenharia elétrica e especializado em telecomunicações, Prates quer criar mais participação popular utilizando a internet. Para superar este desafio, o democrata terá que lidar com a expectativa de que se forme uma Mesa Diretora que consiga dialogar não só com os soteropolitanos, mas também com os outros parlamentares, independente do partido que integram. Essa é uma das maiores críticas à gestão do agora ex-presidente Paulo Câmara, que ocupava a cadeira desde 2014.


Em um momento raro, até a oposição apoiou Leo Prates quando, no discurso de posse, o democrata citou o projeto da instalação da Escola do Legislativo, que prevê o aprimoramento dos assessores e vereadores para que os temas discutidos sejam votados com propriedade. Para ser eleito, Prates recebeu 40 votos de 43 possíveis. Ou seja, até a oposição votou com ele.


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FIGURAS MARCANTES


Quem também concorreu à presidência da Casa foi a vereadora Marta Rodrigues (PT) e o vereador Hilton Coelho (PSOL), que foi o primeiro a discursar sendo interrompido por um manifestante no plenário da Câmara.


De olhos atentos durante toda a sessão, o homem interrompeu o discurso do psolista entoando a palavra ?ladrões? diversas vezes. O mesmo homem, para o próprio Hilton, em outro momento, pediu que ele não fosse só ?mais um negro? na Câmara e que ?fizesse a diferença?.


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Manifestante (quarto da direita para a esquerda) pediu que Hilton não fosse só mais um negro na Câmara


A outra candidata, Marta Rodrigues (PT), recebeu o apoio dos seus eleitores que manifestaram em seu favor sempre que o nome da petista era citado. Ao som de ?Fora Temer? e “Volta Querida”, os manifestantes gritavam, de forma aleatória, os projetos da única mulher que concorria ao cargo.


Na sessão onde muitos falaram, quem ficou calado foi o cantor e vereador recém eleito Igor Kannário (PHS). Sempre irreverente e destoando dos seus novos colegas, Kannário estava como na sua posse: cabelos pintados de loiro platinado, tênis reluzente e tatuagens menos à mostra — escondidos pelo terno ajustado ao corpo.


Durante o intervalo, o vereador foi cercado por outros parlamentares que demonstraram curiosidade na gestão do cantor. Kannário chegou pontualmente, sentou-se em uma das cadeiras e conversou pouco com os seus pares. Os óculos escuros que usou durante toda sessão e o pouco pronunciamento desde a posse contrariaram as comuns — e sempre polêmicas — aparições do cantor.


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E já que um dos temas mais citados entre vereadores e manifestantes foi minorias, pouco se viu de mulher participando da sessão. Dos 43 vereadores eleitos em outubro de 2016, apenas 9 são do sexo feminino


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Com início de mandato tumultuado, o novo presidente da Câmara vai precisar de muito mais do que o apoio do prefeito e sua própria juventude. Léo Prates precisa tornar as paredes (agora azuis) da Câmara Municipal mais transparentes.


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