TEM ESPAÇO NA VAN: Como funciona o esquema de transporte clandestino em Salvador; Veja flagrante
TEM ESPAÇO NA VAN: Como funciona o esquema de transporte clandestino em Salvador; Veja flagrante
A oferta acontece sem qualquer medo de retaliação, na rua mesmo. Estamos no centro do bairro de Cajazeiras 10, em Salvador. São vans, carros pequenos e até micro-ônibus que fazem o transporte clandestino com os mais variados destinos. ?Portão via São Cristóvão?, gritava o cobrador da porta do coletivo que nossa equipe embarcou.
“Não tem problema, pego diariamente e é mais rápido”, revela um passageiro. Lá dentro temos a certeza que o negócio gera renda. Entre Cajazeiras e São Cristóvão nota-se que cerca de 15 pessoas pagaram passagem no valor de R$ 3,00. A tarifa, inclusive, é menor em relação à cobrada pelos transportes legais que é de R$ 3,30. No trecho de 10 km às 14h30 de uma segunda-feira – horário de pouca movimentação -, motorista e cobrador arrecadaram R$ 30.
O veículo é relativamente velho e anda com uma velocidade média de 50 km/h. Outro ponto que chamou a atenção foram as diversas paradas entre os bairros. Nossa viagem passou pela Estrada Velha do Aeroporto antes de entrar no bairro de São Cristóvão. Neste percurso foram cerca de 20 pontos.
Veja o momento que o passageiro conta como os clandestinos agem:
LEI PARA QUEM?
Segundo a Lei Municipal 9.066/2016, os veículos flagrados fazendo transporte clandestino são apreendidos e pagam multa no valor de R$ 2.500,00 na primeira ocorrência. No caso de reincidência, o valor é dobrado.
Além da multa, o motorista paga pela remoção do veículo, que varia de R$ 309,27 a R$ 804,09, e diária no pátio da Superintendência de Trânsito e Transportes (Transalvador), que vai de R$ 49,48 a R$ 841,21.
Por meio de nota, a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) informou que uma série de operações vem sendo realizadas na cidade desde o início de 2016. No total, aponta o órgão, foram apreendidos 650 carros e micro-ônibus que realizam transporte ilegal, sendo que 220 pertencem ao aplicativo Uber.
As ações, revela ainda a secretaria, são feitas diariamente pelos agentes da Semob com o apoio da Polícia Militar. Em Cajazeiras, local de nossa partida, estas séries de ações da Semob deram uma “esfriada” ou sequer aconteceram.
O comandante da 3ª Companhia Independente da PM (CIPM/Cajazeiras), major Roberto Pinto, contou ao Aratu Online que está no cargo há 15 dias. Nesse período ele assegura que os policiais da unidade não deram apoio a sequer uma operação sequer da Secretaria de Mobilidade Urbana.
Questionado sobre a possibilidade de apreender os clandestinos, o major Roberto é enfático ao revelar. “A Polícia Militar não tem dispositivo legal para isso”.
Veja o vídeo da viagem: