VOLTAMOS AO LOCAL: Uma semana após morte de idosa, ambulantes ainda acusam Prefeitura por queda de árvore
VOLTAMOS AO LOCAL: Uma semana após morte de idosa, ambulantes ainda acusam Prefeitura por queda de árvore
A morte da ambulante Berenice Ferreira Rodrigues, atingida por uma árvore na Avenida Tancredo Neves, em Salvador, ainda deixa vendedores locais enlutados pelo caso e revoltados com a Prefeitura. Uma semana após a tragédia, a reportagem do Aratu Online voltou até o local nesta sexta-feira (29/01) e conversou com colegas de trabalho da vítima.
Daiane Silva, que há cinco anos vende cachorro-quente e sucos a poucos metros de onde a árvore despencou, rebate Secretaria de Manutenção de Salvador e diz que houve solicitações de poda antes da última sexta-feira, data da morte de Berenice. “A prefeitura diz que não, mas nós solicitamos o corte um dia antes do caso. Mas nada foi feito”, se revolta a vendedora ambulante.
Na avaliação dela, o movimento de clientes caiu depois que a gestão municipal cortou o galho de todas árvores do local. “A prefeitura podou demais, os clientes reclamam da sombra e acabam não parando aqui para lanchar”, observa.
Deixando um pouco a crítica de lado, Daiane se lembra da colega morta na tragédia. “Os filhos não queriam que ela [Berenice] trabalhasse por ser aposentada, mas ela gostava. O costume era ficar enconstada na árvore e no dia não foi diferente. Eu vi daqui quando todos conseguiram correr, mas Berenice não teve nem ação”, recorda.
Já Leonardo Ferreira Costa, que atendeu a reportagem enquanto vendia cachorro-quente a vários clientes, procura não falar da prefeitura, mas diz que o clima naquele ponto da Tancredo Neves “ficou bastante pesado” na segunda-feira depois da tragédia. Segundo ele, os filhos de Berenice não foram mais vistos no local. “Eles estiveram aqui no dia do caso, depois ninguém viu eles”, conta o vendedor.
O outro lado
A reportagem do Aratu Online teve acesso ao documento que mostra uma solicitação enviada por um morador do bairro. O mesmo já alertava para os problemas no local e pedia a poda de todas as árvores que passam pela extensão da passarela da Avenida Tancredo Neves, de forma ?urgente?. O documento foi cadastrado em 18 de dezembro do ano passado.
O secretário de manutenção, Marcílio Bastos, não negou a informação, mas disse que um técnico foi enviado à região, mas ?aparentemente não havia urgência? para a poda. Segundo ele, o procedimento havia sido realizado no mês de outubro.