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Especialista contesta secretaria e diz que só vento de 60 quilômetros é capaz de derrubar árvore; Prefeitura apresenta outra versão

Especialista contesta secretaria e diz que só vento de 60 quilômetros é capaz de derrubar árvore; Prefeitura apresenta outra versão

Por Diorgenes Xavier

Especialista contesta secretaria e diz que só vento de 60 quilômetros é capaz de derrubar árvore; Prefeitura apresenta outra versãoLeitor/Aratu Online

Um roteiro clássico aponta que, o passo seguinte depois de uma tragédia, é encontrar as possíveis causas. Após uma árvore cair e matar a vendedora Berenice Ferreira Rodrigues, 80 anos, na Avenida Tancredo Neves, o primeiro questionamento que vem à cabeça é: o que teria provocado o acidente?


Representantes da Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman) informaram que os fatos da manhã desta sexta-feira (22/01) não passam de mera fatalidade. Um forte deslocamento de ventos seria o responsável pela queda da árvore. Pela mesma razão, outra teria caído na Rua Remanso, no bairro do Rio Vermelho, desta vez sem deixar vítimas.


Em entrevista à repórter Aracelly Romão, da TV Aratu, o secretário da pasta, Marcílio de Souza Bastos, disse que “o solo úmido e os fortes ventos” podem ter sido os fatores responsáveis pela tragédia.


Contudo, esta não é a opinião de Heráclio Alves, meteorologista do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema). Segundo ele, seriam necessários ventos médios que se aproximassem dos 60 quilômetros por hora para que isto acontecesse. Nesta sexta, em Salvador, a velocidade média registrada foi de sete quilômetros, com picos que chegaram a nove quilômetros.


Alves afirma ainda que não houve mudança significativa na média neste ano, quando comparada à registrada nos meses de janeiro. De abril a setembro, os ventos costumam atingir 12 quilômetros e este é o período de atividade mais intensa. Ainda assim, a velocidade é cinco vezes menor do que a necessária para justificar o que aconteceu na manhã desta sexta.


Documento que chegou à redação do Aratu Online, mostra que uma solicitação enviada por um morador do bairro já alertava para os problemas no local e pedia a poda de todas as árvores que passam pela extensão da passarela da Avenida Tancredo Neves, de forma “urgente”. O documento foi cadastrado em 18 de dezembro do ano passado.


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Bastos não negou a informação. Disse que um técnico foi enviado à região, mas “aparentemente não havia urgência” para a poda. Segundo ele, o procedimento havia sido realizado no mês de outubro.


Ele também disse que há um projeto de mudança dos vegetais em perímetro urbano na capital baiana e que as ações preventivas serão mais enérgicas. “Às vezes, somos criticados quando fazemos podas. Seremos muito mais radicais”, concluiu.


O corpo de Berenice, vendedora ambulante que trabalhava há vários anos no mesmo local, foi removido no início da tarde. Outras duas pessoas ficam feridas, sem gravidade. O fato foi registrado na 16ª Delegacia Territorial/Pituba.


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