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Cerveró acusa Gabrielli de ter recebido propina na compra de navios-sonda

Cerveró acusa Gabrielli de ter recebido propina na compra de navios-sonda

Por Da Redação

Cerveró acusa Gabrielli de ter recebido propina na compra de navios-sondaReprodução

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou ontem, que a compra dos navios-sonda de perfuração marítima, que teriam sido alvo de propina de US$ 30 milhões para a força-tarefa da Operação Lava Jato, foi feita “fora de procedimento licitatório” e aprovada pela diretoria executiva da estatal, “composta por seis diretores e o presidente”.


O depoimento de três horas foi à Polícia Federal, em Curitiba. Cerveró, preso terça-feira, é acusado de tentar ocultar patrimônio após ser denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro em esquema investigado pela Lava Jato.


Na época da compra dos navios-sonda, o presidente da Petrobras era José Sérgio Gabrielli, apadrinhado político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Cerveró foi questionado sobre seu envolvimento com outro réu da Lava Jato, Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele respondeu que o “conheceu por volta do ano de 2000, quando era gerente executivo de Energia” da Petrobras e que ele teve participação ativa no negócio das sondas. Baiano é apontado como operador do esquema de propinas para o PMDB, com intermediação de Cerveró.


“Fernando representava empresas espanholas do ramo de energia térmica”, afirmou a quatro delegados da Polícia Federal. “Tais empresas tinham interesse em entrar no mercado brasileiro e outras teriam feito contatos semelhantes na época”, disse. Segundo ele, Baiano continuou atuando na Petrobras, “tendo se dirigido a outras diretorias, como a de Abastecimento e Gás e Energia”.


A primeira, era ocupada pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, por intermédio do PP. Preso em março de 2014, ele virou delator do caso. A de Gás e Energia era ocupada pela atual presidente da Petrobras, Graça Foster. Sua única referência a ela foi quando perguntado sobre as transferências de imóveis para as filhas, um dia antes de se tornar réu em ação da Lava Jato. “A atual presidente da Petrobrás realizou operações semelhantes”.


Gabrielli afirmou, em nota, que desconhece o pagamento de propinas apontadas pelas investigações da Lava Jato.


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