Ronald Araújo, do Barcelona, pede afastamento para cuidar da saúde mental
Ronald Araújo, zagueiro do Barcelona, pediu afastamento do clube para cuidar da saúde mental após momentos conturbados dentro de campo
Por Lucas Pereira.
O zagueiro Ronald Araújo, do Barcelona, pediu um afastamento ao clube para cuidar da saúde mental, segundo informações do Mundo Deportivo, nesta segunda-feira (1). O gatilho para o pedido foi a expulsão na partida contra o Chelsea, pela Champions League.

A partida foi transmitida pela TV Aratu e terminou com uma dura derrota do Barcelona por 3x0. Ronald Araujo foi bastante criticado nas redes sociais depois da expulsão e não retornou aos treinos na última semana devido a um “vírus estomacal”.
De acordo com a publicação, Ronald Araújo e seus representantes comunicaram ao clube que ele não se sente em condições de atuar no seu melhor nível, tanto física quanto mentalmente, e teme prejudicar a equipe. Por isso, solicitou um período de afastamento.
O Barcelona aceitou o pedido e garantiu total apoio ao jogador de 26 anos, titular da Seleção Uruguaia, não estipulando data para retorno do jogador.
Presidente do Barcelona, Joan Laporta havia declarado apoio ao atleta, afirmando que “as críticas foram exageradas e não parecem justas”.
Aos 26 anos, Ronald Araujo chegou ao Barcelona em 2018 vindo do Boston River, jogando pelo time B do time espanhol até 2020, quando subiu para o time principal. Com o clube catalão fez 190 jogos, marcando 12 gols e contribuindo com sete assistências.

Pausa para cuidar da saúde mental
Em 2020, outra atleta de nível mundial pediu para deixar às competições para cuidar da saúde mental: a multicampeã Simone Biles. A ginasta norte-americana, então com 24 anos, desistiu da competição individual geral nas Olimpíadas de Tóquio, na ocasião.
Neste ano, o cantor Hiago Danadinho, ex-vocalista da banda Black Style, também deixou às atividades para cuidar de sua saúde mental.
Brasil tem maior afastamento do trabalho por saúde mental na história
Só em 2024 foram mais de 472 mil afastamentos por transtornos mentais no Brasil, 68% maior do que o período anterior. Isso é o que apontam os dados da Previdência Social.
A pressão por resultados, metas inatingíveis e relações de poder abusivas continuam sendo realidade em muitos ambientes de trabalho no Brasil. O resultado tem sido cada vez mais preocupante: trabalhadores adoecidos mentalmente, afastamentos por transtornos psicológicos e um ciclo de sofrimento que ultrapassa os muros das empresas.
Para o Subprocurador-Geral do Trabalho, Dr. Manoel Jorge e Silva Neto, autor da obra Teoria Jurídica do Assédio e Sua Fundamentação Constitucional, o assédio moral e o assédio sexual são graves violações à saúde mental e aos direitos fundamentais do trabalhador.
“Estar sob vigilância perene ou sob humilhação constante causa distúrbios psíquicos sérios. O assédio moral, seja por exigências de produtividade excessiva, seja por tratamento humilhante, compromete inevitavelmente a saúde mental do trabalhador”, explica o jurista.
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