Minas decide afastar Maurício por suposto crime de homofobia e jogadores ameaçam ir embora
A discussão é se uma postagem do atleta criticando o fato de o atual Superman nos quadrinhos ter se assumido bissexual fere a legislação contra homofobia ou se encaixa no direito à liberdade de expressão.
A diretoria do Minas Tênis Clube decidiu, em reunião realizada na tarde desta terça-feira (26/10), afastar Maurício Souza do elenco da sua equipe masculina de vôlei. O atleta está sendo acusado de ter cometido postura homofóbica. A informação divulgada pela coluna Olhar Olímpico do site Uol diz que a decisão foi publicada pelo clube já à noite, quando o Minas explicou que o jogador terá a opção de se retratar publicamente para continuar em Belo Horizonte.
Ainda segundo a publicação, a decisão foi tomada enquanto o clube estava em uma sinuca de bico. De um lado, torcedores e seus dois grandes patrocinadores, Fiat e Gerdau, cobravam uma postura rígida do Minas contra Maurício Souza. Mas, de outro, o restante do elenco defendia o colega.
Uma carta foi lida durante a reunião da diretoria, onde foi informado que o documento contaria com o respaldo de todo o elenco. O Uol informou, também, que o grupo defendia o direito à "liberdade de expressão" de Maurício Souza e dizia que, se o central fosse demitido, eles não continuam no Minas Tênis Clube.
Porém, o movimento deu errado. Ao menos dois jogadores, Maique (que, conforme publicou a coluna, teria sido citado na reunião como um dos signatários) e Luciano, se negaram a assiná-la. Maique, inclusive, se pronunciou publicamente negando participação no documento. Honorato também.
O próprio William Arjona, segundo o Uol, negou participação no documento, conforme foi citado na reunião, e, pelo Twitter, disse que "não compactua com o posicionamento do Maurício Souza". "Sou contrário a manifestações preconceituosos, homofóbicas ou racistas. Construí minha carreira nesses trinta anos com muita disciplina e suor, sempre respeitando as diferenças. Nunca me envolvi em polêmicas, por preservar meus filhos e minha família, que é o bem mais precioso que conquistei", escreveu.
A discussão interna no Minas é se a postagem de Maurício criticando o fato de o atual Superman nos quadrinhos ter se assumido bissexual fere a legislação contra homofobia ou se encaixa no direito à liberdade de expressão. Desde o post, em 12 de outubro, a diretoria do clube tem conversado sobre o assunto e o entendimento era que, por mais que o post fosse reprovável, não configurava crime. "Ah, é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar", escreveu o jogador.
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