Desinteresse com a Copa bate recorde e atinge 53% no país, mostra Datafolha
Desinteresse com a Copa bate recorde e atinge 53% no país, mostra Datafolha
O desinteresse dos brasileiros com a Copa disparou às vésperas do início da disputa na Rússia, marcado para esta quinta-feira (14/6). O primeiro jogo do Brasil será domingo (17/6), contra a Suíça, às 15h. Segundo pesquisa nacional do Datafolha realizada na semana passada, 53% dos brasileiros afirmam não ter nenhum interesse pelo Mundial, isso em um ano eleitoral, com a economia fraca e ainda na ressaca de uma manifestação de caminhoneiros que quase paralisou o país. No final de janeiro, o índice de desinteressados era de 42%.
A Folha percorreu as ruas de São Paulo em busca de possíveis explicações. “Tem crise, pessoal passando necessidades, corrupção na CB, isso desanima. Vou assistir, mas não com aquela vontade. Acompanho bastante futebol, mas a Copa já foi bem mais motivante”, disse o assistente de departamento pessoal Guilherme Guerreiro, 55.
Segundo o Datafolha, a marca de agora é a pior às vésperas do torneio desde 1994, quando o instituto fez a pergunta pela primeira vez. O desinteresse pelo Mundial da Rússia se destaca entre as mulheres (61%), pessoas de 35 a 44 anos (57%), moradores da região Sul (59%) e aqueles com renda familiar de até dois salários mínimos (54%).
O Datafolha ouviu 2.824 pessoas em 174 municípios na última quinta (7/6) e sexta-feira (8/6), e a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Nem a boa fase da seleção de Tite, com o topo das eliminatórias sul-americanas, a melhor sequência pré-Mundial desde 1970 e apontada como uma das favoritas ao título, parece empolgar os brasileiros.
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Segundo o levantamento, apenas 18% dos entrevistados dizem ter grande interesse pela competição, a mesma fatia dos que afirmam ter médio interesse. Já os que se declaram com pouco interesse com o Mundial chegam a 9%. A pior marca antes de um Mundial havia sido em 2014, quando 36% disseram não ter nenhum interesse pelo torneio que começaria no Brasil. O cenário, à época, era de gastos bilionários com estádios, muitos deles que depois se transformariam em elefantes brancos, e promessas em série não cumpridas de obras de mobilidade nos estados.
Em 1994, por exemplo, quando a seleção do então técnico Carlos Alberto Parreira chegava aos Estados Unidos pressionada por um jejum de 24 anos sem Copas, apenas 20% dos brasileiros declaravam não ter interesse pela Copa. Na ocasião, a seleção conquistou o tetracampeonato. A pesquisa mostra ainda que 48% dos entrevistados apontam o Brasil como favorito ao título da Copa da Rússia.
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