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ENTREVISTA: “Já estamos acostumados a trabalhar em grandes clássicos”, dispara Argel Fucks sobre o Ba-Vi

ENTREVISTA: “Já estamos acostumados a trabalhar em grandes clássicos”, dispara Argel Fucks sobre o Ba-Vi

Por Diego Adans

ENTREVISTA: “Já estamos acostumados a trabalhar em grandes clássicos”, dispara Argel Fucks sobre o Ba-ViReprodução internet

Ele chegou ao Vitória em setembro de 2016 para assumir o lugar de Vágner Mancini. Na ocasião, o clube era apenas o 18° colocado no Brasileirão e corria sérios riscos de rebaixamento. Poucos meses à frente do Leão foram o suficente para o gaúcho (nascido e criado em Santa Rosa-RS), Argel Fucks, livrar o time vermelho e preto da tão temida degola.


Não foi fácil.


Na ocasião, o ex-zagueiro, de 42 anos contou, além da ‘garra’ do time em campo, com o boa fase do atacante Marinho e uma combinnação de resultados (o empate do Internacional contra o Fluminense (1×1)) na última rodada do certame.


Agora, em 2017, o cenário é outro.


Sob o comando de Argel, o Vitória mantém um excelente retrospecto. Ostenta, por exemplo, o segundo melhor desempenho entre os 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro. De quebra, segue firme e forte nas três competições que disputa: Copa do Brasil, do Nordeste e Campeonato Baiano. Neste domingo (24/3), o técnico comando o Leão diante do Jacobina. Um triunfo hoje pode render tranquilidade e moral para o Ba-Vi do próximo dia 9, na Fonte Nova.


Falar sobre o clássico, por enquanto, é ‘algo proibido’. Pois é… Em entrevista exclusiva concedida à reportagem do Aratu Online, Argel Fucks foi taxativo “ainda não é hora de falar sobre Ba-Vi”. Por telefone, o treinador rubro-negro comentou entre outras assuntos sobre: o desempenho da equipe, as cobranças da exigente torcida, Seleção Brasileira e, é claro, os torneios nos quais o time ‘vai de vento em popa’.


Confira:


Nesta última sexta-feira (24/3), acabou sendo definido, em sorteio na CBF, que o River-PI será o adversário do Vitória nas quartas de final da Copa do Nordeste. Foi algo que lhe agradou?


Nós não escolhemos adversários. O sorteio acabou nos colocando frente ao River-PI, um adversário complicado. Agora se afunilou a competição… é mata mata . Jogamos o primeiro jogo lá na casa deles. Depois, na nossa casa. A logística é um pouquinho mais complicada, por que é um lugar mais longe. Questão de voo, tanto para nós quanto para eles, mas… a gente tem que ir , tem que passar por cima de tudo isso. Não ficamos planejando, pensando em possíveis adversários. O River é um time de qualidade, jogou contra o Sport na fase de classificação, empatou em 2 a 2 na Ilha do Retiro. Nós temos um respeito pelo adversário que nós pegamos. Nosso objetivo era ficar em primeiro (no grupo), ficamos. Poderia sair o Campinense, o Sergipe, o Itabaiana…acabou sendo o River. É uma competição agora mata mata. É um jogo de 180 minutos.


O Vitória ostenta nada menos que o segundo melhor aproveitamento entre os clubes que disputam a Série A no Campeonato Brasileiro. É um bom parâmetro?


Acho importante, principalmente, a partir do momento que você monta um time novo. De 2016, nós só temos três jogadores que eram titulares. Nós estamos aí só com 80 dias de trabalho e já começa a dar resultado. Nossa equipe se encontra numa evolução na parte tática, técnica, física. Acho que estamos crescendo no momento certo da competição, a partir do momento que vai se afunilando. Estamos jogando três competições simultaneamente (Copa do Brasil, do Nordeste e Campeonato Baiano). Estamos bem nas três e isso é importante, mostra a força do grupo. Nós temos um grupo qualificado, homogêneo. Agora, não ganhamos nada ainda. Isso não nos dá garantia de nada.. apenas atravessamos um bom momento. Agora vai chegar o momento da decisão é precisamos estar preparado.


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Em sua opinião, o que ainda pode ser melhorado na equipe?


Eu acho que nós precisamos melhorar em todos os aspectos: tático, físico, técnico. Podemos melhorar na defesa, no meio-campo, no ataque… por que como lhe disse: é um time novo, que está apenas a oitenta dias trabalhando, muito pouco tempo. As vezes para você fazer um time de futebol você demora dois, três anos. Então, nós temos muito pouco tempo de trabalho. Agora, claro que já temos resultado. O resultado é importante por que vai fortalecendo o trabalho da equipe,de todos. Mas sabemos que precisamos melhor e vai melhorar sem dúvida nenhuma. Com o desenrolar do tempo, vamos atingindo um entrosamento maior, uma maturidade maior, individualmente e coletivamente a equipe vai crescendo. Eu acredito que essa equipe ainda tem muito para dar. É muito pouco tempo de trabalho ainda. Podemos evoluir muito mais.


Atualmente, o Vitória tem o segundo melhor desempenho entre os 20 clubes que disputam a Série A 2017

Atualmente, o Vitória tem o segundo melhor desempenho entre os 20 clubes que disputam a Série A 2017


Apesar do bom momento do time nas três competições que participa, parte da exigente torcida rubro-negra ainda o critica. Acha que é algo natural ou já é, em partes, uma cobrança exagerada?


Eu encaro naturalmente. Torcedor tem todo direito de elogiar, de criticar , de vaiar, de aplaudir , faz parte do futebol isso. É a cultura do futebol brasileiro. Agora: eu faço meu trabalho, tenho convicção no meu trabalho, tenho experiência para isso. Sempre agindo com a razão e não com a emoção. Estou no futebol há 25 anos, 18 anos como jogador profissional… joguei em oito clubes, um maior que o outro. Como treinador, já estou há nove anos. Comecei minha carreira lá embaixo, não comecei em cima… da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Lá trabalhei, depois no futebol gaúcho, Série C do Brasileiro , Série D, já estou há cinco anos na Série A…já ganhamos três títulos como treinador: Campeonato Gaúcho, Catarinense, Recopa Gaúcha… subimos três equipes: Criciúma (duas vezes), Mogi Mirim-SP… então, eu faço meu trabalho. Eu não preciso estar dando resposta para ninguém. As pessoas que têm que avaliar o trabalho e o nosso trabalho está aí! Nesse momento, o Vitória é o time que mais jogou no futebol brasileiro…Vitória, Sport e Cruzeiro fizeram 17 jogos até agora. Entendo a posição do torcedor.


No próximo dia 9, você irá debutar em seu primeiro clássico Ba-Vi. O que você espera… 


Ô amigo… deixa eu te falar uma coisa: quando nós chegarmos mais perto do Ba-Vi eu posso falar contigo. Agora não é hora em falar em Ba-Vi. É a hora de falarmos na Copa do Nordeste, do Baiano… sei que vocês da imprensa estão muito ansiosos pelo Ba-Vi. Eu vejo que para vocês é algo fora do comum. Mas… posso te dizer o seguinte: nós já estamos acostumados em trabalhar em grandes clássicos. Só lá no Internacional , nós fizemos quatro Gre-Nais. Mas a preocupação agora é o River-PI, o Jacobina…


Tudo bem… Já que tocou no assunto, o que vislumbra para a partida deste domingo, às 18h30, diante do Jacobina, no estádio José Rocha?


Jogo duro! Partida díficil. O Campeonato Baiano… as pessoas pensam que é fácil, mas só que trabalha aqui vê que a dificuldade é grande. Você jogar fora de casa , você tem adversário que é a logística… nós viemos aí num ritmo frenético. Viajamos para Sergipe, cinco horas de ônibus, voltamos mais cinco horas. Agora vamos encarar mais quatro horas de ônibus até Jacobina. Temos que nos adaptar ao campo o mais rápido possível, a luz do estádio, a energia. Sabemos que o adversário éum adversário de qualidade, que está brigando por vaga. Então, não tem jogo fácil. Não existe jogo fácil. Essa é a grande verdade. E temos visto aí, todos os campeonato estaduais… a Ferroviária lanterna ganhar do Corinthians (no Campeonato Paulista), o Paraná ganhar do Bahia (na Copa do Brasil)… nós que vivemos no meio do futebol, sabemos que não existe jogo ganho. Você precisa jogar..só a camisa, a tradição, só isso não adianta. Temos que entrar dentro de campo e competir com o adversário e é isso que vamos fazer diante do Jacobina.


Na última segunda-feira (20/3), a Corte Arbitral do Esporte (CAS) atendeu o pedido do Internacional e antecipou a audiência sobre o Caso Victor Ramos. A data para o julgamento da suposta  inscrição irregular do jogador será no dia 4 de abril. É algo que lhe preocupa?


Para mim esse caso é algo morto. Futebol se ganha e se perde dentro do campo. O resultado do campo tem que se prevalecer. A tabela já saiu (da Série A do Campeonato Brasileiro 2017). Não vejo assunto, tampouco polêmica nenhuma. Vejo o Internacional se mexendo, tentando de alguma forma, mas pra mim já é algo morto.


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Na próxima terça-feira (28/3), o Brasil pode carimbar de vez, diante do Paraguai, a vaga para a Copa da Rússia 2018. Na sua opinião, qual foi o fator para a mudança da outrara desacreditada Seleção à empolgante equipe de Neymar & Cia atual? 


Eu acho que o fator principal na Seleção Brasileira foi a chegada do Tite. Ele mudou o método de trabalho. O Tite é um dos treinadores que começou a carreira de técnico lá nos times pequenos. Lá no Guarani de Venâncio, depois foi para o Caxias (RS)… então, o Tite seguiu os degraus que você precisa para chegar ao cargo da Seleção Brasileira. Você tem que ser pequeno primeiro, para depois ser médio e só aí, você se torna grande. O Tite fez isso e por isso, ele tem uma experiência muito grande. Consegue ter o controle do grupo muito grande, pois ele passou por todos os estágios para se tornar o grande treinador que ele é. Ele já foi campeão gaúcho, da Copa do Brasil, Brasileiro… do Mundo. Tudo isso o ajudou a chegar onde está, com uma bagagem muito grande de competência.


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Na goleada por 4 a 1 sobre o Uruguai, o técnico Tite parabeniza o atacante Neymar pela atuação

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De uma certa forma, sua trajetória como técnico se assemelha a de Tite. Hoje, você comanda um grande time que é o Vitória. Pensa em algum dia chegar à Seleção?


Sinceramente, não. Não vislumbro isso…pelo menos atualmente. Minha vontade é que o Tite permaneça por mais tempo onde ele está. O Brasil voltou a ser valorizado.. pra mim, continuamos a ser os melhores do mundo, os que ofertam os melhores jogadores também. Esse bom momento da Seleção reflete no futebol brasileiro num todo. Os times acabam sendo mais valorizados, os campeonatos também… agora, o que precisamos melhorar é a organização, o profissionalismo das Federações, das diretorias… aí, sim, o avanço será ainda maior.


Fugindo um pouco do futebol… o gaúcho Argel Fucks já está adaptado à capital baiana? Como é que tem sido morar sozinho em Salvador?


Estou muito bem adaptado a Bahia, a Salvador… estou me sentindo muito bem na cidade. São seis meses aqui trabalhando no Vitória, já é um tempo considerável… se tratando de Brasil, vida de treinador já é uma eternidade. Por que é a cultura do futebol brasileiro, faz parte que é assim. Mas eu estou muito feliz. Num primeiro momento, consegui cumprir nosso desafio que era permanecer com o Vitória na Série A. Peguei o clube na zona de rebaixamento (18º colocado) e nos mantivemos na Elite nacional. Estou muito bem adaptado.. Salvador é uma cidade muito legal, o povo baiano é muito acolhedor, alegre, feliz. Gosto de ir à praia , jantar fora , tenho alguns amigos aqui , faço uns passeios, mas não temos muito tempo por conta da rotine: é jogo domingo-quarta, domingo-quarta, viagens, concentrações… Eu sempre digo isso: quem trabalha no futebol, domingo é na segunda (risos). Só para encerrar, eu não conhecia Salvador, sempre ouvir falar.. e, de fato, é uma capital fantástica.


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*Publicada originalmente às 8h


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