Por que Pablo Reis ficou careca? Conheça o transplante capilar que "fez a cabeça" do apresentador
De acordo com o Google Trends, houve um aumento de 43,3% no volume de buscas por “hair transplant”, neste período de pandemia e, segundo dados da International Society of Hair Restoration Surgery (SHRS), houve um aumento do preço das cirurgias da ordem de 65%.
Nós, nós os carecas
Com as mulheres somos maiorais
Pois na hora do aperto
É dos carecas que elas gostam maisNão precisa ter vergonha
Pode tirar seu chapéu
Pra quê cabelo? Pra quê, seu Queiroz?
Agora a coisa está pra nós, nós nós
A marchinha "Nós os carecas", composição de Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti, por muitos anos, embalou os Carnavais e enalteceu a imagem dos carecas Brasil afora. No entanto, o prestígio e moral com os desprovidos de folículos capilares parece ter ficado no passado. E, não é à toa. Os números comprovam isto.
De acordo com o Google Trends, houve um aumento de 43,3% no volume de buscas por “hair transplant”, neste período de pandemia e, segundo dados da International Society of Hair Restoration Surgery (SHRS), houve um reajuste no preço das cirurgias da ordem de 65% entre 2014 e 2021, dados que só tendem a crescer nos próximos anos.
Se antes, o maior receio era o de que o resultado do implante capilar não ficasse natural - devido aos resultados das técnicas cirúrgicas mais antigas (décadas de 1970 e 1980), que eram conhecidas como “cabelo de boneca” -, agora, o cenário é outro.
O transplante capilar - expressão hoje considerada mais adequada que “implante” - passou por uma metamorfose expressiva. As técnicas atuais deixam cicatrizes quase imperceptíveis e um resultado mais natural, mesmo na linha da testa, onde, no passado, era fácil detectar o “cabelo de boneca” dos recém-transplantados.
Quem aproveitou o momento e "fez a cabeça" foi o apresentador da TV Aratu, Pablo Reis. O jornalista realizou o método mais recente descrito por uma sigla em inglês, FUE (na tradução, “extração da unidade folicular”).
O autor do procedimento, Vinicius Carneiro, Diretor Médico da clínica Mais Cabello Salvador, fala sobre o método. "É a substituição de folículos da área doadora, que são as laterais e posteriores do couro cabeludo, que não sofrem de um hormônio chamado Dihidrotestosterona (DHT), relacionado com nossa calvície androgênica masculina (alopecia androgenética). Então, o transplante se dá com uma transferência, a extração dos folículos da área doadora e transplanta na área recpetora", explica Carneiro.
"Esses folículos só podem ser retirados do prórprio paciente, para serem transplantados no próprio paciente. Tira da área doadora, da lateral ou posteriora, e eles não nascem mais. Então, a gente tem cuidado de fazer a extração aí, de 25% da área doadora, na maioria dos casos, para que não fique mostrando que, naquela região, foram retirados os folículos, para que não fique com aspecto de doença, por estar mais 'rala' ", acrescenta.
Ainda segundo Carneiro, o transplante capilar é indicado para casos de calvície chamada androgenética, ou seja, com origem nos genes e relacionada aos hormônios masculinos. Esse tipo de perda de cabelo hereditária costuma se manifestar já na casa dos 20 anos e se agravar com o tempo. É mais comum que o problema passe a incomodar depois dos 40. Fatores como estresse, alimentação e até a tração - penteados em coques apertados - podem agravar a queda.
A situação descrita pelo médico é justamente a vivida por Pablo Reis. O jornalista relembrou a situação. "A decisão do implante é uma coisa de anos. Eu comecei a perder o cabelo aos 20 e poucos anos. Eu estava saindo da faculdade e percebi que, pelo histórico da família, pelos meus pais, irmãos, muito provavelmente eu ia ficar calvo cedo. Aí, eu comecei a tomar os medicamentos para retardar a calvicie, mas, mesmo assim, com o tempo, os medicamentos não resistem. O cabelo começa a cair. Aí, percebi que o transplante seria a única solução viável, e comecei a pesquisar" .
No vídeo abaixo, Pablo Reis conta como foi o processo do seu transplante capilar.
Estima-se que, atualmente, mais de 25 milhões de brasileiros do sexo masculino sofrem de algum grau de calvície, de acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia de Restauração Capilar (ABCRC). Nas mulheres, a calvície se manifesta de forma diferente, mais difusa, tornando o cabelo mais ralo em uma área vasta da cabeça, sem criar espaços totalmente calvos e sem regressão na linha do cabelo.
ANESTESIA
A FUE é realizada com anestesia local, geralmente acompanhada de uma leve sedação. Depois de retirados, os folículos são cuidadosamente separados e deixados em uma solução nutritiva, antes de ganharem novo lar. O paciente deixa o hospital no mesmo dia e tem recuperação rápida e indolor. Os primeiros fios transplantados caem e o cabelo volta a crescer a partir de três meses.
VALORES?
"Os valores não variam tanto com o tamanho da cirurgia. A gente tenta manter um valor padrão. Até porque, os valores dos materiais e da equipe, além o número de funcionários para cirurgia não se alteram tanto. O valor médio nosso é de R$ 15 a R$ 17 mil , mas temos promoções e facilidades de parcelamento", explica Carneiro.
Ainda segundo ele, cada dia mais, o serviço tem se popularizado. "O aumento da demanda pelo serviço se deu pela maior facilidade de pagamento e o custo mais em conta. Há três anos, a gente não tinha a técnica FUE, qué é a extração folículo por folículo, que é a que fazemos. A gente só tinha a FUT, que tirava uma faixa de couro da pele, para retirada dos folículos e isso encarecia bastante, até a mão de obra. A popularização se deu pela nova técnica e isso fez com que o preço ficasse mais em conta".
CUIDADOS
Os cuidados pós-transplante incluem o uso de suplemento alimentar, Minoxidil e tratamento PRP, que é uma técnica aplicada para a preservação dos fios. Considerando que o valor médio de venda dos suplementos à base de biotina no Brasil, está na faixa de R$ 50 a R$ 80, e que cada frasco de Minoxidil custa em torno de R$ 70, o valor do tratamento pós-operatório fica em torno de R$ 120-150 por mês.
CURIOSIDADE / TURQUIA
O primeiro transplante capilar da história aconteceu na Turquia. Menahen Hodara foi um dermatologista que nasceu em Istambul, no ano de 1869. Na época, a cidade era a capital do Império Turco Otomano. Em 1897, o médico realizou um procedimento revolucionário.
Ele cortou pedaços, entre um e quatro milímetros, do cabelo de alguns pacientes jovens e depois os implantou através de diversas incisões na cabeça de um outro paciente. O médico cobriu a região com um curativo que só foi retirado quatro semanas depois, e, embora grande parte do cabelo tenha saído junto, alguns poucos fios conseguiram criar raízes no couro cabeludo do paciente.
Curiosamente, o crescimento de demanda criou até rotas de turismo capilar. E, é justamente a Turquia, a "Meca" para tais procedimentos. A forte concorrência entre clínicas especializadas criou preços atrativos e mais de 60 mil turistas do mundo todo desembarcam anualmente no país Euro-Asíatico em busca do procedimento.
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