O Mercado Iaô, projeto da associação Fábrica Cultural, foi premiado com o troféu “O Bem Transforma” – iniciativa da TV Aratu, em parceria com o Sebrae – na categoria “Economia Criativa e Digital”. A reportagem do Aratu On esteve na sede do Mercado e conheceu também três outros projetos da Fábrica. Assim como a ação premiada, o “Acelera Iaô”, o “Acelera Com Elas” e o “Artesanato da Bahia” auxiliam na formação de novos negócios, principalmente, de empreendedores pretos e pretas.
Localizado em um casarão histórico na Península de Itapagipe, em Salvador, o Mercado Iaô promove edições de eventos envolvendo artesanato, moda, iniciativas criativas, autocuidado, culinária e prestação de serviços desde 2014. Artistas como Ivete Sangalo, Baiana System e Caetano Veloso já foram atrações de edições passadas.
A iniciativa começou há quase nove anos, com a cantora – e hoje ministra da Cultura – Margareth Menezes, com o objetivo de reunir empreendedores em um único ambiente e movimentar a economia criativa no bairro da Ribeira. De acordo com os produtores do projeto, o Mercado reúne cerca de 140 expositores e movimenta até 200 empreendimentos por edição, gerando em torno de R$ 300 mil de renda para os empreendedores envolvidos.
“Mostra uma economia acessível ao público, fortalece a cultura local da Península de Itapagipe e traz uma cultura acessível à população”, afirmou o produtor do Mercado desde 2017, Sylas Santos. Em 2024, quando o projeto completa dez anos, a Fábrica deve promover uma grande festa, com uma programação diferenciada das outras edições. Sem muitos vazamentos, ou melhor, “spoilers”, o produtor apenas revelou que a edição comemorativa representará a “grandiosidade do evento”.
Além dos benefícios financeiros, explica Sylas, o Mercado também gera um grande arquivo de empreendedores, que a Fábrica Cultural utiliza para os demais projetos.
ACELERADAS
As iniciativas de aceleração, o Acelera Iaô e o Acelera Com Elas, reúnem empreendedores de baixa renda para um curso de capacitação com duração de sete meses, em que as “aceleradas”, termo que denomina as pessoas participantes, estudam sobre o mercado e técnicas de empreendedorismo para serem escolhidas para um “investimento semente” avaliado em cerca de R$ 10 mil reais.
A empreendedora Renata Lago, dona da Dudendê, que vende abarás e acarajés congelados, foi uma das selecionadas e contou que entrou no mundo dos negócios sem experiência, apenas com a “cara e a coragem”. Porém, após passar pela “aceleração”, sua visão de mercado e seu empreendimento mudaram. “Tudo que precisava para valorizar meu produto, aprendi na Fábrica, como: precificação, venda e marketing. Até hoje tento aplicar tudo que desenvolvi no projeto”.
Junto à Renata, a empreendedora Zuleima Santos, dona da Qpaladar, que produz sequilhos e pães delicia, participou da turma do “financiamento semente” e contou como foi o processo. “Eu conhecia o Mercado, mas não sabia das acelerações. No processo, tivemos diversas palestras com pessoas do meio empresarial e, no fim, tínhamos que apresentar um Plano Individual de Trabalho (PIT) sobre nossa empresa”.
Segundo a produtora executiva do Acelera Iaô, Renata Reis, as vagas para as acelerações são divulgadas por meio de site e redes sociais da Fábrica e comportam até 50 iniciativas para o curso. “Acolhemos as pessoas, os sonhos e as iniciativas, apresentamos a elas os processos de qualificação e, durante o processo de amadurecimento, percebemos que as pessoas saem construindo um plano de negócios e projetando um futuro para suas empresas”, afirmou a produtora.
ARTESANATO E ESPAÇO INTERATIVO
A Fábrica ainda conta com o projeto Artesanato da Bahia, que busca realizar ações de qualificação, promoção e comercialização da arte baiana. Esse projeto é desenvolvido junto à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). Entre as ações previstas pela iniciativa, estão o levantamento de dados do setor, a qualificação de artesãos, a divulgação e o aumento da comercialização das peças.
Para quem deseja ter um espaço gratuito, onde possa tocar seu negócio com internet, energia e ambiente climatizado de forma gratuita, a Fábrica Cultural dispõe de uma área de trabalho conjunto, do inglês, “co-working”. Nela, os empreendedores podem ter acesso a uma sala de reuniões com TV, projetor e lousa por agendamento, além de uma copa e banheiros totalmente gratuitos.
Esta reportagem é a nona de uma série do Aratu On sobre os 15 vencedores do prêmio “O Bem Transforma”, homenagem da TV Aratu para pessoas e instituições que contribuem para a construção de uma Bahia melhor. A cerimônia de entrega dos prêmios foi realizada no dia 30 de outubro.
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