Advogado do caso de Mãe Bernadete entra com pedido de proteção após 'ameaças'
O advogado de Bernadete teria sofrido ao menos três ameaças, envolvendo duas perseguições de carro e uma poça de sangue, deixada na porta de sua casa
Créditos da foto: Carla Galrão/Aratu On
O advogado David Menezes, responsável pela representação jurídica de familiares de Mãe Bernadete e da própria líder quilombola, enquanto viva, entrou com um pedido para ser incluído no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH). Ao Aratu On, ele revelou já ter sido perseguido, e diz que também foi alvo de ameaças "simbólicas" entregues em sua casa.
Segundo o processo de solicitação, ao qual o Aratu On teve acesso, o advogado revela que começou na militância com a fundação do Instituto Malê de Acesso à Justiça e Cidadania (IMAJ), do qual é sócio fundador e diretor jurídico. A partir deste momento, ele relata ter sofrido ao menos três ameaças, envolvendo duas perseguições de carro e o fato de uma poça de sangue ter sido deixada na porta de sua residência.
Na ocorrência que consta na solicitação de proteção, Menezes revela que há cerca de 2 anos, precisou dirigir em uma velocidade superior a 150km/h, em uma estrada sem asfalto, para não ser alcançado por perseguidores que tentavam emparelhar com seu carro.
Segundo ele, o caso teria acontecido no município de Nordestina, a 356km de Salvador. No local, o jurista frisou que existe a maior mina de diamantes da América Latina.
"No seio do território quilombola, onde há mais de dois séculos, 12 comunidades existem e resistem contra tudo e contra todos. Tal jazida é explorada desde 2013 pela empresa Lípari, de capital belgochinês, com o beneplácito do governo estadual, que, através do INEMA, concedeu (ilegalmente) as respectivas licenças ambientais para instalação e operação/funcionamento do famigerado empreendimento mineral, que lucra centena de milhões de reais em detrimento das comunidades remanescentes de quilombos que lá existem, deixando um legado de destruição e morte causado pelos gigantescos impactos socioambientais produzidos pela extração dos diamantes."
CASO BERNADETE
Enquanto responsável pelo caso Bernadete, o jurista revelou que, em um dia que voltava para casa, se deparou com uma poça de sangue, provavelmente provinda de algum animal, na porta de sua residência. "O que eles quiseram dizer com isso?", questionou David, em conversas com o Aratu On.
Somado à poça de sangue, o jurista contou que, na última terça-feira (29/8), enquanto voltava do Quilombo de Pitanga dos Palmares para Salvador, acompanhado de Wellington, neto de Mãe Bernadete, um veiculo teria começado a persegui-los na estrada.
"Ele só saiu do nosso fundo, e parou de nos parelhar, quando viu o posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE)", detalhou.
O inquérito sobre o assassinato de Mãe Bernadete segue aberto e as autoridades federais buscam a autoria e a motivação do crime. Até o fechamento desta matéria, ninguém havia sido preso.
https://youtu.be/WX5yeAjBvtQ
LEIA MAIS: IMAGENS INÉDITAS: casa de Mãe Bernadete ainda está com marcas deixadas pelos assassinos
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Segundo o processo de solicitação, ao qual o Aratu On teve acesso, o advogado revela que começou na militância com a fundação do Instituto Malê de Acesso à Justiça e Cidadania (IMAJ), do qual é sócio fundador e diretor jurídico. A partir deste momento, ele relata ter sofrido ao menos três ameaças, envolvendo duas perseguições de carro e o fato de uma poça de sangue ter sido deixada na porta de sua residência.
Na ocorrência que consta na solicitação de proteção, Menezes revela que há cerca de 2 anos, precisou dirigir em uma velocidade superior a 150km/h, em uma estrada sem asfalto, para não ser alcançado por perseguidores que tentavam emparelhar com seu carro.
Segundo ele, o caso teria acontecido no município de Nordestina, a 356km de Salvador. No local, o jurista frisou que existe a maior mina de diamantes da América Latina.
"No seio do território quilombola, onde há mais de dois séculos, 12 comunidades existem e resistem contra tudo e contra todos. Tal jazida é explorada desde 2013 pela empresa Lípari, de capital belgochinês, com o beneplácito do governo estadual, que, através do INEMA, concedeu (ilegalmente) as respectivas licenças ambientais para instalação e operação/funcionamento do famigerado empreendimento mineral, que lucra centena de milhões de reais em detrimento das comunidades remanescentes de quilombos que lá existem, deixando um legado de destruição e morte causado pelos gigantescos impactos socioambientais produzidos pela extração dos diamantes."
CASO BERNADETE
Enquanto responsável pelo caso Bernadete, o jurista revelou que, em um dia que voltava para casa, se deparou com uma poça de sangue, provavelmente provinda de algum animal, na porta de sua residência. "O que eles quiseram dizer com isso?", questionou David, em conversas com o Aratu On.
Somado à poça de sangue, o jurista contou que, na última terça-feira (29/8), enquanto voltava do Quilombo de Pitanga dos Palmares para Salvador, acompanhado de Wellington, neto de Mãe Bernadete, um veiculo teria começado a persegui-los na estrada.
"Ele só saiu do nosso fundo, e parou de nos parelhar, quando viu o posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE)", detalhou.
O inquérito sobre o assassinato de Mãe Bernadete segue aberto e as autoridades federais buscam a autoria e a motivação do crime. Até o fechamento desta matéria, ninguém havia sido preso.
https://youtu.be/WX5yeAjBvtQ
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