Vanessa Miniquelli trabalha com micropigmentação há 17 anos. Ela começou com a micropigmentação estética, aquela que todo mundo já conhece: preenchia sobrancelhas, fazia maquiagem e realçava a cor dos lábios por meio da técnica.
Dois anos depois, ela foi também para a micropigmentação paramédica – essa, menos conhecida -, e começou um trabalho que continua fazendo até hoje: reconstruir, sem custo, as aréolas de mulheres que passaram por uma mastectomia (cirurgia de remoção dos seios) por causa do câncer de mama. “Eu tinha uma clínica no Hospital da Bahia, onde eu atendia também de forma gratuita”.
Quando conta o que a fez seguir por esse caminho, Vanessa se emociona: “Sempre tive essa vontade de cuidar de mulheres e reconstruir aréolas, porque eu perdi a minha avó e a minha madrinha com câncer de mama e, infelizmente, não consegui atendê-las a tempo de terminar o tratamento. Então, para mim, isso é muito emocionante. Esse foi um projeto que eu fiz, e eu falei: ‘Enquanto eu puder, eu vou atender o maior número de mulheres que eu conseguir’”. Apenas entre 2015 e 2020, 87.323 mil mastectomias foram realizadas no Brasil segundo dados do DATASUS.
Para ser atendida por Vanessa, que recebe uma demanda alta de pedidos, a interessada deve se inscrever na lista de espera. Existem três opções: a primeira, é para mulheres que podem pagar o valor dos materiais utilizados. O procedimento é gratuito, só os materiais são cobrados. “Essa taxa de material a gente cobra para manter o projeto, e continuar comprando materiais para as clientes que não podem pagar”.
A segunda é para as pessoas que não têm condições de pagar essa taxa e fazem o procedimento de forma 100% gratuita. E, por último, há uma opção, também sem pagamento de R$ 1 sequer, para aquelas que gostariam de se voluntariar para ser modelos dos cursos ministrados por Vanessa..
“Quando eu faço o curso, eu preciso de modelos, que são feitas por mim ou por minhas alunas. Lembrando para as mulheres que as minhas alunas vêm aprender a minha técnica, porém, elas já são todas profissionais. Eu só ministro cursos para profissionais”. Os cursos, aliás, também são gratuitos.
No começo de outubro, nos dias 3, 4 e 5, Vanessa atendeu 18 clientes em três dias de curso de micropigmentação paramédica. As alunas, selecionadas por ela, vieram de todas as regiões do Brasil. “Selecionei uma de cada região. É um trabalho que a gente vai fazer cada ano em um lugar diferente, para alcançar o maior número de mulheres possível”.
Para fazer o procedimento de reconstrução de aréola, há alguns pré-requisitos. O primeiro deles, como explica Vanessa, é que a cirurgia de reconstrução da mama tenha sido feita há, no mínimo, seis meses. Além disso, como ressalta a profissional, é necessário apresentar uma autorização prévia do médico.
“Após a cura do câncer, tem o processo de reconstrução, que é feito com cirurgião plástico. E, aí, depois seis meses, é que ela vem para mim. Eu costumo dizer que eu sou a cerejinha do bolo”.
Geralmente, o procedimento leva cerca de 1h30. “Primeiro, eu faço o desenho, como se fosse uma simulação. A gente faz todas as medições e vê se está agradável visualmente. E aí, a gente faz o procedimento”. Como as mulheres que passam por uma mastectomia perdem a sensibilidade da mama, o processo é indolor.
TATUAGEM X MICROPIGMENTAÇÃO
Diferentemente da tatuagem, que é feita com uma técnica que implanta o pigmento em camadas mais profundas da pele, a micropigmentação precisa de mais manutenções para se manter viva.
“Não é uma tatuagem, não vai ficar para sempre, precisa de manutenção. O trabalho de micropigmentação é mais delicado do que uma tatuagem. A micropigmentação de aréola fica mais suave, mais translúcida. Agora, requer uma manutenção maior”, detalha a profissional.
Com Vanessa, a primeira manutenção é feita 30 dias após o procedimento, para avaliar o resultado da intervenção com a cicatrização já completa. Depois, a cliente volta em um ano. Com o tempo, o retorno vai ficando cada vez mais espaçado.
O trabalho é grande, e os resultados também. Por esse motivo, Vanessa, que concilia tudo isso com a micropigmentação estética, nem pensa em parar.
“Eu não tinha noção da grandiosidade desse trabalho, e o quanto isso impactava a vida de uma mulher, até o dia em que fiz a minha primeira micropigmentação paramédica. Eu lembro até hoje. A cliente, quando pegou o espelho, falou: ‘Vanessa, você devolveu a minha vida, a minha autoestima. Eu não conseguia mais me despir perto do meu marido, eu tinha vergonha’. É muito complicado, às vezes, para outras pessoas, sentir a dor do outro. E eu senti. Quando ela se olhou no espelho, eu pensei: ‘Quero fazer isso para o resto da minha vida’”.
Para entrar em contato com Vanessa, acesse o Instagram @vanessaminiquelli ou mande mensagem para o WhatsApp (71) 9 9357-2457.
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Fonte: Bruna Castelo Branco