Preso, Oruam escreve carta e fala em perseguição: 'Julgado de forma desigual'
Na carta, o artista reconhece erros, mas afirma estar sendo alvo de perseguição e tratado de forma desigual pela Justiça
Por Bruna Castelo Branco.
O rapper Oruam, preso há mais de um mês na Penitenciária Dr. Serrano Neves, conhecida como Bangu 3, no Rio de Janeiro, divulgou uma carta direcionada a fãs e familiares. No texto, o artista reconhece erros, mas afirma estar sendo alvo de perseguição e tratado de forma desigual pela Justiça.
“Um leão ferido ainda é um leão. Ninguém prende quem tem a mente livre. Sempre visitei meu pai na prisão, me acostumei a ser a visita... E, hoje, quando minha família vem me ver, o que mais quero é ir embora junto com eles”, escreveu.
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Oruam incluiu passagens bíblicas no desabafo e disse que a prisão o aproximou novamente da fé: “Fiquei famoso, ganhei o mundo e me esqueci de Deus. Tive que ser preso para voltar a falar com Ele, aceito meu castigo”.
O artista também relatou ser vítima de injustiça: “Estou pagando por erros, mas, também sendo julgado de forma desigual, carregando nas costas acusações que não correspondem à minha verdade. Mais do que uma pena, sinto o peso de uma perseguição que tenta manchar a minha história e minha arte”.
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Na carta, ele pediu desculpas aos fãs e destacou ter identificado quem são seus verdadeiros amigos. “Hoje, sei quem são meus amigos de verdade e quem são meus amigos de mentira, quem é falso e quem é verdadeiro, nunca vou esquecer de quem estendeu a mão no momento em que eu mais precisei. Fui leal a falsos amigos e máscaras caíram!”, afirmou.
Oruam finalizou ressaltando sua identidade artística: “Quero que entendam, eu sou um trapper, não um traficante. Esse é o meu momento de rever meus erros, de refletir e de me levantar mais forte. Aos que acreditam em mim, fiquem firmes, e logo vocês vão me ver”. Leia na íntegra:
Prisão
A operação que resultou na prisão do rapper ocorreu em 21 de julho, quando policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriam mandado de busca e apreensão contra um adolescente em sua casa, no Joá, Zona Oeste do Rio. Durante a ação, o jovem conseguiu fugir após uma viatura ser apedrejada por Oruam e outras pessoas presentes.
Na confusão, o adolescente escapou pela mata com amigos. Um deles, Paulo Ricardo de Paula Silva de Moraes, conhecido como Boca Rica, foi preso em flagrante. Vídeos gravados durante o episódio foram usados pela polícia para embasar o pedido de prisão contra Oruam, que se entregou em 24 de julho.
Se condenado, ele poderá responder por ameaça, dano ao patrimônio público, desacato, resistência e associação ao tráfico, crimes que, somados, podem ultrapassar 18 anos de prisão.
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