Daniela Mercury sai em defesa de Veko Araújo, o 'homem do sombreiro' do Cortejo Afro

No vídeo, Daniela explicou o significado do adereço utilizado por Veko:

O sombreiro de Veko significa justamente o contrário do que tentaram falar. Veko recebe os convidados que sobem no palco durante os ensaios e desfiles. O sombreiro é símbolo de resistência, da força da cultura afro-brasileira, da beleza do povo preto. Estar debaixo dele é uma honra, uma bênção de Mãe Santinha de Oyá.

A cantora também destacou a importância do artista durante o ato contra a PEC da Blindagem: A presença dele no palco significou que o Cortejo Afro estava presente na manifestação. Ter Veko ali foi extremamente importante para nós e para Salvador, afirmou.

Daniela Mercury sai em defesa de Veko Araújo, o 'homem do sombreiro' do Cortejo Afro

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— Aratu On (@aratuonline) September 25, 2025

O episódio aconteceu no último domingo (21), durante a manifestação contra a PEC da Blindagem e a da Anistia, realizada na Barra, em Salvador. Veko Araújo estava no trio puxado por Daniela Mercury e pelo ator Wagner Moura. Imagens dele segurando o sombreiro repercutiram nas redes sociais e geraram críticas de internautas que desconheciam a tradição cultural do Cortejo Afro.

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No X (antigo Twitter), uma publicação sobre o caso ultrapassou 930 mil visualizações. O texto, que comparava a cena ao período escravocrata, dizia: A Bahia continua a mesma. Só mudaram os senhores de engenho. Outros usuários acusaram a cena de reproduzir racismo estrutural. Em resposta, baianos e pessoas ligadas ao movimento cultural esclareceram que o sombreiro faz parte da identidade do bloco afro e da performance de Veko.

Quem é Veko Araújo, o 'homem do sombreiro'

Veko Araújo, performer, poeta e ator, construiu uma trajetória marcada pela ligação com o Cortejo Afro. Nascido na comunidade da Vila Brandão, em Salvador, ele se aproximou das artes desde cedo, passando pelo teatro negro e pela música. Sua presença no bloco começou em 1998, quando conheceu o projeto criado pelo artista plástico Alberto Pitta, sob orientação de Mãe Santinha de Oyá.

O momento decisivo ocorreu em um desfile de Carnaval, há cerca de 20 anos, quando Veko realizou uma performance espontânea com um sombreiro. O gesto chamou atenção dos fundadores e transformou o acessório em símbolo do Cortejo Afro. Para o candomblé, o objeto é consagrado a Oxalá, o que reforça seu valor simbólico dentro da tradição afro-brasileira.

Projeção internacional de Veko e do Cortejo Afro

Atualmente, Veko integra as apresentações do Cortejo Afro em Salvador e no exterior. O artista é reconhecido pela performance com o sombreiro, que se consolidou como elemento central da estética do grupo. Com mais de duas décadas de atuação, ele se tornou um dos símbolos da cultura afro-baiana nos palcos e nas ruas.