Fenômeno anti-CLT: Por que tantos brasileiros estão rejeitando o emprego formal?

Fenômeno anti-CLT: por que muitos jovens abominam trabalho com carteira assinada

Por Da Redação.

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado uma mudança silenciosa, mas profunda, nas relações de trabalho. O modelo tradicional de emprego com carteira assinada, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), vem perdendo espaço. Esse movimento, conhecido informalmente como fenômeno anti-CLT, é impulsionado por uma geração que prefere a flexibilidade do trabalho autônomo, do empreendedorismo digital e da chamada "gig economy".

Fenômeno Anti Clt

Mas o que está por trás dessa rejeição ao regime CLT?

O que é o fenômeno anti-CLT?

O termo se refere ao afastamento voluntário de profissionais do regime de trabalho formal, mesmo quando há vagas disponíveis. Em vez disso, muitos optam por ser MEIs (Microempreendedores Individuais), freelancers ou trabalhadores de aplicativos. Essa escolha não está ligada apenas ao desemprego, mas a uma mudança de mentalidade.

Dados que mostram a tendência

Segundo dados do IBGE de 2025, o número de trabalhadores por conta própria já supera os 36 milhões, o maior da série histórica. Entre os jovens de 18 a 29 anos, apenas 38% estão em empregos com carteira assinada. Mais de 9 milhões de brasileiros abriram CNPJs nos últimos dois anos, a maioria como MEI.

Carteira De Trabalho

Influência das redes e do digital

O avanço das plataformas digitais e das redes sociais criou um novo imaginário de sucesso profissional. Influenciadores, designers, programadores e infoprodutores vendem a ideia de liberdade, escalabilidade e altos ganhos fora do sistema tradicional.

CLT ainda é vantagem para muitos — mas tem perdido apelo

Apesar de oferecer benefícios importantes como 13º salário, férias remuneradas e FGTS, a CLT também é vista como onerosa tanto para empregadores quanto para empregados. As altas cargas tributárias e a rigidez nas regras são frequentemente criticadas.

O ministro e vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Maurício Godinho, afirma que as regras da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, beneficiam os trabalhadores.

Segundo o ministro, as leis trabalhistas distribuem riquezas, aumentam as taxas de emprego, geram inclusão social e favorecem a qualificação técnica da classe trabalhadora.

O outro lado: precarização e insegurança. Especialistas alertam que o fenômeno anti-CLT também expõe o trabalhador a riscos:

  • Falta de aposentadoria garantida.
  • Ausência de proteção contra doenças ou acidentes.
  • Instabilidade financeira em períodos de crise.

O que esperar do futuro?

O debate sobre o modelo ideal de trabalho está longe de acabar. Enquanto o governo tenta atualizar as leis para lidar com o novo mercado, parte dos trabalhadores busca autonomia, mesmo que isso custe estabilidade.

Uma coisa é certa: o modelo tradicional de emprego está em xeque, e o fenômeno anti-CLT é um reflexo direto das transformações profundas que atravessam o mundo do trabalho no século XXI.

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