Baiano deixa lar em Salvador para lutar na guerra da Ucrânia
“A gente chega respirando a morte”, diz baiano que deixou Salvador para lutar na guerra da Ucrânia
Por Laraelen Oliveira.
O baiano conhecido como Big Jhon, ex-radialista e morador do bairro de Cajazeiras, de 31 anos, decidiu como missão de combate, enfrentar a guerra da Ucrânia de perto. Atualmente, ele já está longe das ruas baianas e atende pelo nome de Arcanjo, codinome usado para sua própria segurança e que o identifica na linha de frente da defesa territorial contra a invasão russa.
A chegada ao país foi marcada de pessimismo e exaustão, o soldado passou por 18 horas de viagem intensa, até chegar e ter o primeiro contato com a guerra, Arcanjo relata: “A gente chega respirando a morte. Cemitérios, fábricas de lápide, o semblante pesado das pessoas. Apesar de tentarem viver normalmente, o clima é outro”.
Segundo ele, a decisão de se alistar foi motivada pela justiça, vocação e condições financeiras, Jhon ficava revoltado com o sofrimento da Ucrânia e se juntou com sua necessidade financeira, que o convenceu a participar da guerra.
Arcanjo conta que a despedida da Bahia não foi fácil, especialmente por se tratar de um retorno às suas raízes. “Me despedir foi duro. A Bahia é minha raiz, tem histórias maravilhosas, mas eu precisava buscar algo novo para melhorar a vida da minha família”, diz.
Ele ainda não entrou em enfrentamento direto, porém já passou por momentos preocupantes, durante seu treinamento, com ameaças de bombardeio, o soldado relata: “A gente precisou correr para abrigos subterrâneos. Ouvir o drone passando por cima da nossa cabeça é aterrorizante”.
O homem afirma sentir medo, porém encontra no medo a coragem para não ser covarde, ele afirma “Eu tenho medo de tudo, até de sapo. Mas covardia eu não tenho. Jesus teve medo, e quem sou eu para não ter? Só que sigo lutando com os irmãos”
O baiano também ressalta o reconhecimento que os soldados recebem no país europeu: “Aqui, somos vistos como heróis. Seja no metrô, nas ruas ou nos carros, as pessoas nos agradecem, pedem fotos. É uma realidade bem diferente do Brasil, onde o soldado muitas vezes é enxergado apenas como alguém que pinta meio-fio ou faz limpeza. Esse respeito nos motiva a seguir em frente”, afirma.
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