Na Bienal do Livro, Luciany Aparecida destaca mulheres do interior da Bahia: ‘Intelectuais do nosso tempo’
Autoras de livros infanto-juvenis, Maria Rita Prudente e Paula Brito também participaram do primeiro dia do evento, em Salvador
Por Bruna Castelo Branco.
Neste primeiro dia de Bienal do Livro da Bahia, a escritora e doutora em Letras baiana Luciany Aparecida trouxe um pedacinho dos recantos do estado para Salvador. Autora de obras como “Macala”, “Florim”, “Contos Ordinários de Melancolia”, “Joanna Mina” e “Mata Doce”, que se passa em um pequeno vilarejo rural no interior da Bahia, a escritora conta que, fora da capital baiana, há centenas de histórias esquecidas que precisam ser contadas.
Este ano, o tema a Bienal, que é “as histórias que a Bahia conta”, dialoga com o trabalho da baiana, natural do Vale do Rio Jiquiriçá, na região Centro Sul da Bahia. Luciany afirma que apresentar o trabalho dela no evento é uma forma de dar visibilidade para obras do interior do estado.
Bienal do Livro Bahia 2024 segue até quarta-feira (1/5) | Foto: Bruna Castelo Branco[/caption]
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Pela primeira vez, a escritora baiana Maria Rita Prudente, autora de livros infanto-juvenis como “O Menino e seus Botões” e “O Menino que Conversava com o Pinto”, está na Bienal do Livro, no estande “Vixe Bahia Literária”.
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Escritora Maria Rita Prudente participará de contação de história na Bienal | Foto: Bruna Castelo Branco[/caption]
“É a primeira vez que estou participando, e estou com uma expectativa muito positiva. É um sonho realizado. Eu sempre tive uma relação muito afetiva com a literatura, principalmente a infantil. Trabalhar com literatura infantil para mim é como trazer para o mundo concreto a imaginação da criança, e também fazer com que desperte o desejo de leitura, do autocuidado e da afetividade”, contou ela.
Maria Rita participará de uma roda de contação de histórias neste domingo (28/4), às 15h, no palco do governo do estado.
Quem também está no expositor “Vixe Bahia Literária” é a professora de artes e escritora Paula Brito, que, nesta Bienal, está lançando o livro “Será que as Mães Viram Estrelas?”, que trata de luto e maternidade para crianças. Ela, que também escreve para o público infantil, reforça a importância de escrever protagonistas pretos nas histórias.
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Escritora Paula Brito lança livro com protagonismo preto para crianças | Foto: Bruna Castelo Branco[/caption]
“É necessário falar de literatura infanto-juvenil preta, com protagonismo preto, ocupar esses espaços, para que as nossas crianças pretas, em especial, das escolas públicas, se sintam vistas. Estar em contato com essas crianças é muito importante, para que elas entendem que podem invadir esses espaços da literatura e da imaginação”, apontou a Paula.
A Bienal do Livro da Bahia vai até o dia a próxima quarta-feira (1/5), no Centro de Convenções Salvador, no bairro da Boca do Rio.
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“Nasci e me criei na comunidade rural do Charco. Então, para mim, como escritora, é importante [estar na Bienal], porque o meu livro está circulando. E, para a criança e a adolescente que eu fui, é importante. Imagina, uma criança ou uma adolescente aqui vai pensar: 'Posso ser escritora'. É importante para essas pessoas verem pessoas como elas nesses espaços, e lembrar que a literatura foge de lugares mais centrais e ocupa outras zonas”, destacou a escritora.Luciany aponta que há muito do interior para se contar, seja de beleza, de tradição, de matriarcalismo, ou de abandono e violência:
“O interior da Bahia tem histórias de mulheres para contar, de mulheres valentes, mulheres que se conectam com o meio ambiente, a partir de um lugar religioso, a partir de um lugar de esperança na vida, que fundam territórios, que são lideranças ali nos seus povoados. E isso diz de lugares e de situações de violência, de abandono, de lugares de exclusão, mas diz de uma ressignificação do jeito de viver. Essas pessoas também são intelectuais do nosso tempo, também podem pensar a sociedade, pensar a dinâmica do mundo”.Nesta sexta-feira (26/4), a autora participou da mesa “Qual Bahia?”, ao lado do escritor Itamar Vieira Jr e da mediadora Edna Góes. [caption id="attachment_322630" align="alignnone" width="700"]



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