Morre Adelson Brito, pesquisador da tradição de matriz africana Jeje-Nagô
Ele estava internado há 20 dias devido a complicações renais e uma hérnia
Morreu na manhã desta quarta-feira (3/5) o pesquisador Adelson Silva de Brito, mais conhecido como Mawô Adelson, que dedicava-se a estudar a tradição de matriz africana Jeje-Nagô. Ele tinha 68 anos e estava internado há 20 dias devido a complicações renais e uma hérnia.
Brito era Ogã do Terreiro Savalu Vodun Zo, no Curuzu, e tinha o título de "Mawô" devido à função que exercia na Tradição de Matriz Africana Jeje-Nagô. O termo significa "Ministro de Grande Confiança e Embaixador entre as Culturas Jeje e Nagô", tema este que, ao longo dos anos, tornou-se o foco da sua atuação. As pesquisas sobre os Rituais da Liturgia Jeje, inclusive, conduziam, atualmente, o seu projeto de doutorado para a área da Antropologia e da Etnografia da Cultura Religiosa Jeje na Bahia.
O seputalmento de Mawô Adelson está previsto para as 10h desta quinta-feira (4/5), no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador.
Em tempo
Em 2019, Adelson Brito lançou o livro e songbook "Ògun: Ogun OniIre Alákoro, Gù Alágbede", integrante do projeto "Salvador Savalu: Uma Ponte Nagô-Vodun Entre Dois Continentes", com mais 15 títulos dedicados aos orixás.
Na época, Brito disse que a cultura ocidental, muitas vezes, enxerga o Candomblé como algo amorfo. "Existe esta visão folclórica de que somos manifestações culturais, sem cunho religioso. O que não é verdade e os livros mostram exatamente isso, que somos uma religião que não permaneceu fossilizada no tempo, mas sim que se manteve atualizada e dinâmica”, afirmou ao jornal Correio.
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