Cantor do Olodum reclama da ausência de blocos afro na Virada Salvador

Apesar da presença confirmada do Olodum, no dia 28 de dezembro, o artista considera que a prefeitura deveria adotar estratégias para inclusão das atrações afro na grade do evento

Por Matheus Caldas.

Cantor do Olodum reclama da ausência de blocos afro na Virada SalvadorFoto: Matheus Caldas/Aratu On

Um dos vocalistas do Olodum, Lazinho, concordou com as críticas feitas pelo Malê Debalê, na última terça-feira (3), à ausência de blocos afro no Festival Virada Salvador, a festa de réveillon da capital baiana.

Apesar da presença confirmada do Olodum, no dia 28 de dezembro, o artista considera que a prefeitura deveria adotar estratégias para inclusão das atrações afro na grade do evento.

“A história dos grandes festivais excluírem os blocos afro e uma pena. Acho uma falta de sensibilidade, de reconhecimento. Apesar de tocarmos nesses festivais, a prefeitura botou [em 2023] algumas entidades negras em horários que não foram legais”, reclamou, nesta quinta-feira (5), em entrevista ao Aratu On, durante lançamento da Panafro Femadum.

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O cantor sugeriu que, nos intervalos das principais bandas, os blocos afro fizessem apresentações curtas. “Bota lá 40 minutos que é para mostrar para o povo de Salvador que não têm só as grandes atrações”, opina.

Para o vocalista do Olodum, falta reconhecimento da prefeitura e do governo do estado sobre a importância dos blocos afro para a história da música baiana. “Quem mantém essa cidade viva são as entidades negras”, desabafa.

“Há momento que existem ajuda, mas ainda são insuficientes. A prefeitura e o governo têm que chegar nessas entidades, porque, querendo ou não, são elas que mantêm a cultura da Bahia viva”, acrescenta.

Assista entrevista

Repercussão

As críticas de Lazinho são uma defesa ao Malê Debalê. Após anúncio da grade da Virada Salvador, o bloco ironizou as atrações contratadas pela prefeitura e classificou a capital baiana como “suposta Roma Negra”.

“Com certeza são essas atrações que deram a Salvador a capital da música! São essas atrações que ecoam os tambores da suposta Roma negra!! Por essas atrações que existe Salvador Capital Afro!! Axé!!!”, escreveu o grupo, na publicação oficial sobre a grade da Virada.

O festival terá cinco dias. No dia 31, a prefeitura escolheu Leo Santana para comandar a queima de fogos. Diferente da tradição, Ivete não fará a virada em Salvador, pois comandará a festa no Rio de Janeiro.

Além de Leo Santana, se apresentarão no último dia do ano Belo, Jorge & Matheus, Luan Santana e Mari Fernandez. 

Nos outros dias, ao menos até o momento, não há blocos afro anunciados para o palco principal.

O Olodum, por sua vez, se apresenta no dia 28, com Bell Marques, João Gomes, Psirico e Thiago Aquino. 

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