Cultura

Alexandre Augusto estreia na fotografia com a exposição “Mulheres de Pedra”

Alexandre Augusto estreia na fotografia com a exposição “Mulheres de Pedra”

Por Da Redação

Alexandre Augusto estreia na fotografia com a exposição “Mulheres de Pedra”Alexandre Augusto/ Divulgação

A exposição de fotografias Mulheres de Pedra do jornalista, publicitário e escritor Alexandre Augusto está aberta no Teatro Gregório de Mattos até o dia 30/07. Baiano de Feira de Santana, ele usou o seu faro de repórter na produção de um ensaio que revela os olhos, o rosto, a força e a delicadeza de um conjunto de mulheres da Chapada Diamantina. Em viagens aos municípios de Itatim e Itaeté, a cerca de 300 km de Salvador, é comum ver famílias inteiras trabalhando em pedreiras. E lá estão elas, de todas as idades, firmes como a pedra, ao lado dos homens.


A primeira exposição do artista mostra 21 fotos em cor de personagens de fibra, como Dona Umbelina, que herdou o ofício dos pais e deu um depoimento no mínimo surpreendente quando questionada sobre sua história: ?Moço, meu pai foi cortador de pedras e eu faço isso desde menina. Agradeço a Deus todos os dias pela pedra. Foi com a pedra que criei meus filhos. É com a pedra que hoje eles criam meus netos??. Alexandre também comenta: ?As mulheres da Chapada trabalham de sol a sol para botar comida na mesa. Mesa que de noite elas vão arrumar para os maridos e filhos. É isso que quero mostrar com as minhas fotos. Foi isso que os meus olhos viram. A dignidade dessas mães, esposas e filhas?.


Contador de Histórias

Em seu primeiro projeto como fotógrafo profissional, Alexandre se lançou com a bagagem de quem escreveu a biografia do sambista Moreira da Silva (O Último dos Malandros, Editora Record, 1996) e produziu uma série de reportagens durante os cinco anos que viveu em Angola. O interesse pelas lentes se aprofundou quando morou em Londres, onde comprou equipamentos e frequentou vários cursos. Admirador de Pierre Verger e Sebastião Salgado, prefere não rotular seu estilo, e diz que o mais importante é saber contar histórias.


Em Mulheres de Pedra, os visitantes serão convidados a se transportar para uma Bahia profunda. Chuva não cai, e as cores no cinza quem dá são as mulheres com camisas enroladas no rosto, esmaltes nos pés descobertos e combinações de roupas pouco comuns. As crianças e os homens compõem a cena porque fazem parte da família. Assim como a casa, com seus quartos, mosquiteiros e altares revestidos de imagens de santos e Yemanjá. Para a jornalista, escritora e atual curadora da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), Joselia Aguiar, que assina o texto de apresentação da mostra, a exposição de Alexandre Augusto ?dá a ver uma história de corajosa resistência?, em que ?inexiste tempo ou espaço para hierarquia de gêneros, nem a velhice aplaca a força, e se há uma força a se destacar, será a feminina, no acúmulo de tantos papéis?.


Serviço

O Quê: Exposição Mulheres de Pedra, de Alexandre Augusto

Onde: Teatro Gregório de Mattos (Praça Castro Alves, Centro)

Quando: terça a domingo, das 14 às 19 horas (até 30/7)


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